De coco, demerara, mascavo… Você sabe qual é o melhor açúcar?

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 13 de agosto de 2018 às 21:27
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:56
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Taxado como vilão da alimentação moderna, o açúcar é associado à epidemia da obesidade e doenças crônicas

Taxado como vilão da alimentação
moderna, o açúcar é cada vez mais associado à epidemia da obesidade e doenças
crônicas, como também é relacionado à mudança de nosso paladar e rotina
alimentar, uma vez que ele tem o poder de viciar como a heroína.

O excesso do consumo de açúcar pode
prejudicar a saúde e até mesmo levar à morte. De acordo com a OMS (Organização
Mundial da saúde), a diabetes já afeta quase 1 em cada 11 adultos no mundo. Os
níveis elevados de açúcar no sangue estão relacionados a 3,7 milhões de mortes
todos os anos.

Mas será que o açúcar faz tanto mal
para o nosso corpo? Depende. Depende da quantidade de açúcar que ingerimos e,
sobretudo, do tipo de açúcar que compramos no supermercado.

Hoje há uma infinidade de açúcares.
Além do já conhecido refinado, presente na grande maioria das casas
brasileiras, também existem o açúcar mascavo, demerara, orgânico e até light.
Mas, será que eles são tão diferentes do tradicional?

O problema é que o açúcar refinado é
uma caloria vazia, ou seja, não tem nutriente nenhum. Ele é calórico e ainda dá
pico de glicemia, o que pode desencadear resistência à insulina, pré-disposição
à diabetes e ainda aumentar o apetite de uma pessoa”, explica
nutricionista especializada em Fisiologia do Exercício, Anielle D’Angelo.
“Hoje tem uma linha muito grande de açúcares naturais, que não dão pico
glicêmico, que têm nutrientes e não passam por tantos processos químicos quanto
o refinado.”

A nutricionista listou os melhores
e os piores açúcares que temos no mercado, analisando também os prós e
contras. Veja o resultado:

Açúcar de coco

O açúcar que vem do coco é o melhor
de todos por alguns motivos: ele não deixa dar pico glicêmico, adoça bem e
ainda é nutritivo. Ele é muito rico em minerais, vitaminas e consegue adoçar
qualquer receita.

Ponto negativo: ele é mais caro que
os demais açúcares, principalmente em comparação ao refinado.

Açúcar mascavo

Apesar de vir da cana de açúcar,
assim como o refinado, ele tem um índice glicêmico menor. E justamente por não
passar tantos refinamentos ele concentra mais nutrientes, sendo fonte de
minerais e vitaminas.

Negativo: ele é mais caro que o
refinado e não tem tanto nutriente quanto o açúcar de coco.

Orgânico

A grande vantagem é que ele é
orgânico. Não se adiciona agrotóxico e fertilizante químico em toda sua cadeira
de produção, então ele é bem natural. É indicado para pessoas que buscam este
estilo de vida mais orgânico.

Negativo: pode dar pico glicêmico e
tem menos nutrientes que os já citados.

Demerara

Apesar de não ser orgânico, ele não
recebe nenhum aditivo químico no processo industrial, passando por um processo
de refinamento bem superficial. Os grãos dele são mais graúdos e escuros e tem
um pouco mais de nutrientes que o refinado.

Negativo: pode dar pico glicêmico e
tem menos nutrientes que os anteriores.

Açúcar light

A proposta dele é reduzir pela metade
o valor calórico em relação ao refinado, compondo 50% de açúcar e 50% de
adoçante artificial.”

Negativo: além de ser metade açúcar
refinado, o light tem uma outra metade composta por adoçante artificial, que na
maioria das vezes é aspartame ou sucralose. “Várias pesquisas mostram que
estes adoçantes podem causar desequilíbrio na flora intestinal, chamada de
disbiose. Ele está associado à diarreia, secamento intestinal, síndrome da má
absorção de nutrientes, digestão mais lenta, candidíase e infecções
urinárias.”

Açúcar refinado

As únicas coisas que
tem dentro dele são calorias e a tal da glicose, que vai oferecer energia. Só
que é uma energia com carga glicêmica alta, causando acúmulo de açúcar no nosso
sangue e maior secreção de insulina, hormônio que retira o açúcar do sangue e o
transforma em energia. A energia chega rápido e vai embora rápido também, nos
causando fadiga e ainda mais apetite, porque o cérebro entende que precisamos
de mais energia, causando um ciclo vicioso Se existem outros açúcares que
cumprem esse papel de adoçar, por que não evita-lo?

E os adoçantes?

Como a nutricionista Anielle D’Angelo já citou, os
adoçantes sintéticos, como sucralose, sacarina e aspartame, não são
recomendados por não trazer benefícios para a saúde. Em relação aos adoçantes
naturais, como xilitol e stévia, a nutricionista pondera que eles podem ser
interessantes para pessoas que têm diabetes, resistência à insulina ou têm
alguma restrição de açúcar.

Ela reitera, no entanto, que os açúcares naturais,
como o de coco, mascavo e o demerara, são mais interessantes do ponto de vista
da nutrição. “Fazendo o uso de açúcares de boa procedência e de forma
moderada, não tem problema nenhum.”

Excesso de açúcar e o índice glicêmico

Quando comemos muito açúcar (doces com açúcar
refinado, em geral), aumentamos rapidamente a glicose no sangue. Para trabalhar
todo este açúcar que ingerimos, nosso corpo produz insulina, o hormônio que
retira o açúcar do sangue e o transforma em energia. “A questão é que o
corpo humano não foi feito para suportar muitas cargas de glicose no
sangue”, explica a Nutricionista Mestre em Ciências e especializada em
Fisiologia do Exercício, Anielle D’Angelo.

Alimentos com alto
índice glicêmico desencadeia em uma liberação de grandes quantidades de
insulina para manter os níveis de glicose no sangue dentro do limite, o que
sobrecarrega o pâncreas. A insulina elevada também contribui para menor
saciedade e até resistência à insulina.


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