Alerta: cientistas relacionam 10 razões que indicam a transmissão de Covid pelo ar

  • Robson Leite
  • Publicado em 22 de abril de 2021 às 18:30
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Contaminação de pessoas sem contato pessoal, transmissão em hospitais e presença de vírus ativo no ar estão entre evidências

Os cientistas disseram que é preciso considerar a possibilidade de infecção pelo ar

Pesquisadores de universidades dos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido listaram dez razões, baseadas na ciência, que indicam a transmissão do SARS-CoV-2 pelo ar.

Fato que a OMS (Organização Mundial da Saúde) não admite nas explicações sobre a covid-19 em seu site oficial.

A possibilidade de infecção pelo ar precisa ser levada em consideração, uma vez que um indivíduo saudável pode ficar doente ao inalar aerossóis produzidos por um infectado ao falar, gritar, cantar, espirrar ou tossir.

Motivos

Os cientistas Trisha Greenhalgh, Jose L Jimenez, Kimberly A Prather, Zeynep Tufekci, David Fisman e Robert Schooley escreveram uma carta, que foi publicada na importante revista científica The Lancet, no mês de abril.

Após análises detalhadas do comportamento e interação das pessoas em ambientes como concertos, navios em cruzeiro, matadouros e lares de idosos, os cientistas verificaram que a covid foi transmitida em longo alcance.

O que é uma das evidências apontadas pelo sexteto da infecção pelo ar. Segundo eles, nesses locais não é possível explicar o grande espalhamento da doença só por meio de gotículas ou contato com superfícies contaminadas.

A segunda razão apontada pelos pesquisadores foi a transmissão da doença em hotéis usados por pessoas em quarentena. Mesmo sem o contato direto, foi verificado o contágio da doença.

A transmissão de infectados assintomáticos ou pré-sintomáticos, que não estão tossindo ou espirrando, é responsável por pelo menos um terço da transmissão global da doença.

Essa é outra razão apontada para o contágio do vírus via aérea. Uma vez que medições diretas mostraram que falar produz milhares de partículas de aerossol e poucas gotas grandes de saliva.

Segundo eles, a transmissão do SARS-CoV-2 é maior nos ambientes internos do que nos externos, sendo substancialmente reduzida nos lugares fechados com boa ventilação, seja mecânica ou natural.

Ao longo da pandemia, foi verificado alto contágio em hospitais. Nesses lugares é obrigatório o uso de EPI (equipamento de proteção individuais), que evita o contato com gotículas e superfícies contaminadas.

“O uso de equipamento de proteção individual é projetado para proteger contra a exposição a gotículas, mas não ao aerossol”, apontaram os cientistas.

O vírus foi encontrado vivo e capaz de infectar no ar e essa é o sexto motivo descrito na carta.

Em experimentos de laboratório, o SARS-CoV-2 segui infeccioso por até três horas.

Além disso, foi identificado em amostras de ar de quartos ocupados por pacientes com covid-19 e em amostras de ar do carro de uma pessoa infectada.

Embora outros estudos não tenham conseguido capturar o SARS-CoV-2 viável em amostras de ar, isso era esperado.

A amostragem de vírus transportados pelo ar é tecnicamente desafiadora por várias razões, incluindo eficácia limitada de alguns métodos de amostragem para coletar partículas finas, desidratação viral durante a coleta, dano viral devido a forças de impacto (levando à perda de viabilidade), alertaram os cientistas.

Como prova da dificuldade os especialistas apontaram que os vírus do sarampo e da tuberculose, doenças principalmente transmitidas pelo ar, nunca foram coletadas a partir de amostras do ar ambiente.


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