Agressão de fiscal a ambulante no Centro gera manifestações na Câmara de Franca

  • Marcia Souza
  • Publicado em 15 de fevereiro de 2022 às 16:00
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

A filha do senhor Amadeu Júnior expôs na tribuna a sua revolta e indignação e chorou diante do ocorrido com seu pai

Ambulante

Filha do idoso agredido usa a tribuna e chora; Prefeitura instaura procedimento de sindicância, que poderá resultar em demissão

Um episódio registrado em Franca nesta segunda-feira rendeu discussões e manifestações dos vereadores na Câmara Municipal, na primeira parte da sessão de hoje.

A manifestação inicial foi da filha do senhor Amadeu Júnior, de 67 anos, que expôs na tribuna a sua revolta e indignação e chorou na tribuna diante do ocorrido em plena Praça Nossa Senhora da Conceição.

Na sequência, o presidente da Câmara, Claudinei da Rocha, cobrou a postura do município. “O prefeito se posicionou, afastou o servidor, mas tem que ir além e punir”, disse.

Gilson Pelizaro também destacou o fato do prefeito se posicionar prontamente, mas se mostrou indignado com a agressão.

Atitude

“Agente público tem que ter treinamento e conhecimento para tomar as atitudes em nome da sociedade. Duvido que um empresário fosse abordado com essa violência. A Câmara tem que cobrar. Alguma atitude tem que ser tomada, não pode ficar assim”, disse Pelizaro.

Pelizaro ainda abordou a ausência de políticas de regularização dos ambulantes. “Os excessos e abusos têm que ser criticados”.

Zezinho Cabeleireiro também afirmou que não compactua com a agressão do fiscal, ainda mais por se tratar de um senhor idoso.

“Quando eu vi o seu Amadeu todo cheio de sangue fiquei revoltado. É um senhor idoso, que talvez nunca tenha apanhado dos pais e agora ser agredido dessa forma é inaceitável”, afirmou Zezinho Cabeleireiro.

Situação tensa

Della Motta, que é policial aposentado e conhece de perto situações tensas, como reintegrações de posse, e afirmou que não pode haver excessos.

“Não sou favorável à violência. Jamais. Mas é uma necessidade legalizar o Mercado Popular Urbano. A maioria quer trabalhar dentro da legalidade. Tem que usar o bom senso. Mas fico preocupado com a inércia do poder público”, disse o vereador.

O vereador Sérgio Palamoni, por sua vez, descatou a responsabilidade de ambas as partes, dizendo que os fiscais também foram agredidos.

“Não podemos nos esquecer que o seu Amadeu também se excedeu e agrediu dois servidores públicos. Mas realmente uma pancada dessa (do fiscal no ambulante) poderia ter trazido uma perda maior”, afirmou.

Culpa maior

Conhecido há vários anos do ambulante, Donizete da Farmácia também se manifestou e afirmou que a culpa maior é do poder público.

“Conheço o seu Amadeu há muitos anos. Houve erro dos dois lados, mas o erro dele, pela tensão, é justificável. A agressão do fiscal é injustificável, porque ele teria de ter sabido lidar melhor com a situação. Mas a responsabilidade maior é do poder público, que não consegue resolver o problema. Precisamos legalizar, dar condição deles trabalharem. Eu me sinto culpado também”, afirmou.

“Essa Casa de Leis precisa se aprofundar nas coisas. É a prevenção primária. É o caso das enchentes, que nunca se resolve. A praça virou terra de ninguém. A questão dos ambulantes nunca se chega a um denominador comum. Esse fato é consequência disso”, afirmou.

Projeto

Os vereadores Donizete da Farmácia e Zezinho Cabeleireiro estão fazendo um projeto de lei visando a regularizar o comércio popular nos próprios municipais.


+ Política