Acredite: Alzheimer poderá ser diagnosticado pela meleca do nariz

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 23 de agosto de 2020 às 02:03
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 21:08
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Cientistas descobriram uma nova maneira de diagnosticar o Mal de Alzheimer pelo muco nasal

Cientistas do Instituto de Ciência e Tecnologia Daegu Gyeongbuk, na Coreia do Sul, descobriram uma nova maneira de diagnosticar o Mal de Alzheimer analisando os níveis de proteínas específicas presentes no muco nasal.

Este método simples e barato pode ajudar no diagnóstico precoce do Alzheimer, de forma a iniciar o tratamento o mais cedo possível – como não existe cura para a doença, o grande esforço é retardar a progressão do Alzheimer.

As tecnologias atualmente disponíveis para o diagnóstico de doenças neurodegenerativas são limitadas porque envolvem máquinas caras e procedimentos invasivos ou inconvenientes.

“Em 2017, descobrimos que a disfunção olfatória ocorria nos estágios iniciais da doença de Alzheimer em camundongos e sugerimos que a causa dos sintomas fosse induzida por espécies solúveis de amiloide-β (Aβ), acúmulos de oligômeros no sistema olfatório periférico”. 

“Levantamos então a hipótese de que os oligômeros solúveis Aβ poderiam ser detectáveis na secreção nasal e que eles podem ser um parâmetro útil para monitorar a progressão da doença,” contou o professor Cheil Moon, que liderou o estudo.

Presença e progressão da doença

Coletando e comparando amostras de secreção nasal de pacientes com Alzheimer e pessoas de um grupo de controle da mesma idade, a equipe confirmou que os níveis de dois oligômeros Aβ (as formas agregadas de Aβ implicadas como características da doença de Alzheimer) eram consistentemente maiores em pacientes do grupo com Alzheimer.

Mais do que isso, os níveis da forma “solúvel” dessa proteína podem ser usados não apenas para identificar os indivíduos saudáveis em relação àqueles com Alzheimer, mas também pode prever o início e a progressão da doença em um período de três anos.

Embora mais pesquisas sejam necessárias para entender melhor a ligação entre os oligômeros Aβ na secreção nasal e os prejuízos cognitivos relacionados ao Alzheimer, os resultados são certamente promissores.

“Rastreios de secreção nasal de rotina seriam uma opção melhor para diagnosticar Alzheimer devido às suas várias vantagens, como o seu custo relativamente baixo e natureza não invasiva. Os resultados do nosso estudo introduzem uma abordagem nova e simples para avaliar a progressão do Alzheimer,” concluiu o professor Moon.

*Informações: Diário da Saúde


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