Ler rótulo dos produtos ajuda a identificar açúcar oculto nos alimentos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 7 de setembro de 2018 às 15:43
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:59
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Consumir muito açúcar aumenta o risco de doenças cardiovasculares, triglicérides entre outros

O consumo do açúcar oculto,
que está presente até mesmo em alimentos salgados, como o pão ou em produtos
considerados saudáveis, como o iogurte e o cereal matinal, vem preocupando
especialistas e entidades relacionadas à saúde. Consumir muito açúcar aumenta o
risco de doenças cardiovasculares, aumenta o triglicérides, a gordura no
fígado, o aumento de peso e da obesidade, além da formação de cáries. 

Fonte de energia

Os açúcares são os menores e mais simples carboidratos que
existem. São fonte de energia. O cérebro usa a glicose como combustível, por
exemplo. Mas quando a quantidade excede o que o organismo precisa, o açúcar é
armazenado em forma de gordura.

Os
açúcares existem naturalmente em alguns alimentos, como nas frutas e nos
legumes, no leite e alguns lacticínios (na forma de lactose). Mas eles também
são adicionados aos alimentos por vários motivos: pelo gosto doce (por exemplo,
em refrigerantes ou sucos em pó), para dar textura desejada, como a do caramelo
ou de gelatina, ou para ajudar na preservação do alimento (por exemplo, em
geleias). Esses alimentos com açúcares adicionados têm baixo valor nutricional.

Tanto os
açúcares naturalmente presentes nos alimentos como os açúcares adicionados são
denominados açúcares livres (com exceção da lactose). Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), os açúcares livres têm um limite diário máximo de
consumo, de no máximo, 10% das calorias ingeridas no dia, ou seja, 45g. Mas
eles indicam como consumo ideal até 5%, metade disso. 

As crianças e o consumo de açúcar

Os médicos recomendam que as crianças só devem comer açúcar
após os dois anos de idade, já que o açúcar nos primeiros dois anos de vida
aumenta o risco das doenças cardiovasculares na vida adulta, além de problemas
no metabolismo. Nessa faixa etária, as crianças estão colonizando as bactérias
e o doce pode influenciar negativamente. A formação do paladar também é muito
forte nesse período, então elas podem preferir apenas os alimentos doces.
Depois dos dois anos de idade, a criança pode comer doces, mas é importante
limitar a quantidade. Nutricionistas recomendam sempre introduzir o cálcio no
lanche das crianças. 

Como identificar a quantidade de açúcar nos produtos?

Ler os rótulos de produtos é fundamental para saber a
quantidade de açúcar dos alimentos. A tarefa não é fácil, porque no rótulo de
alimentos os açúcares estão juntos com todos os carboidratos, e por enquanto
não é obrigatório identificar quanto dos carboidratos é açúcar e quanto são
outros tipos de carboidratos (como as fibras e o amido).

A
recomendação é olhar o teor de carboidratos na tabela nutricional. Outra
sugestão é ler a lista de ingredientes e identificar outros nomes de açúcar. A
ordem dos ingredientes importa, quanto antes o açúcar aparecer na lista, mais
ele está presente naquele produto. Às vezes o produto não contém açúcar
branco/refinado (sacarose), mas contém açúcar de coco ou mel. Isso pode
confundir o consumidor. O açúcar natural do coco ou do mel ou qualquer açúcar
não refinado também é açúcar para o corpo humano.

Confira
abaixo a lista de alguns nomes pelos quais o açúcar é chamado na indústria de
alimentos:

Glicose
Frutose
Sacarose
Açúcar
Açúcar mascavo
Açúcar do coco
Açúcar cristal
Glicose de
milho

Açúcar
invertido

Açúcar de
confeiteiro

Néctar
Xarope de
malte

Extrato de
malte

Xarope de
milho

Xarope de
milho com alta concentração de frutose

Açúcar bruto
Açúcar líquido
Mel
Melado
Melaço
Caldo de cana
Rapadura
Dextrose
Maltose
Açúcar
orgânico

Xarope de
Agáve

Xarope de
açúcar

Calda de
açúcar

Os doces e as emoções

Muitas pessoas recorrem ao consumo de açúcar quando passam
por algum momento negativo da vida, como tristeza, frustração ou dor física.
Essa associação deve ser evitada desde cedo, ainda na infância, para não ser
levada para a vida adulta e se transformar em uma ‘fome emocional’.


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