Comissão americana lista celulares que mais emitem radiação

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 25 de fevereiro de 2018 às 07:27
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:35
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Efeitos não são claros para ciência, mesmo com indícios que possam ser cancerígeno

As dúvidas sobre os possíveis efeitos cancerígenos
causados pelas ondas de radiofrequência emitidas por celulares geram debate, e
o tema muitas vezes levanta mais perguntas do que respostas.

Até que ponto essas ondas são perigosas? Corremos o
risco de desenvolver tumores por usar o celular constantemente? O que devemos
fazer para evitar isso? Cientistas estudam esse fenômeno há anos e publicaram
estudos que até agora não parecem chegar a uma conclusão.

O que sabemos é que as ondas de radiofrequência são
uma forma de radiação não ionizante, menos potente do que a radiação ionizante,
que se desprende dos raios X ou ultravioleta. Essa última é capaz de quebrar
ligações químicas no nosso DNA.

A Sociedade Americana Contra o Câncer (ACS, sigla
em inglês) explica em seu site que “a preocupação é se os smartphones
poderiam aumentar o risco de desenvolverem-se tumores no cérebro ou na região
da cabeça e pescoço”.

E, embora diga que as ondas emitidas por celulares
“não são intensas o suficiente para danificar diretamente o DNA ou aquecer
os tecidos do corpo”, também afirma que “não está claro como os
celulares poderiam causar câncer” e que há estudos que dão indícios nesse
sentido – mesmo que ainda não existam evidências suficientes para comprovar
isso.

Quais são os telefones que
emitem mais (e menos) radiação?

Para identificar quais modelos emitem mais ou menos
radiação, foi criada uma medida conhecida como Taxa de Absorção Específica
(SAR, sigla em inglês), que nos permite saber que parte dessa radiação é retida
pelo tecido humano.

Cada celular tem um nível SAR – que corresponde ao
uso do telefone em sua potência máxima -, e os fabricantes devem informar aos
órgãos reguladores de cada país qual é o SAR de seus produtos.

No entanto, muitos compradores geralmente não
verificam essa informação.

A Agência Federal Alemã de Proteção à Radiação
desenvolveu uma base de dados com os celulares (novos e antigos) que mais geram
ondas de radiofrequência, criando uma lista disponível para o público.

As primeiras posições são
dominadas por marcas chinesas (OnePlus e Huawei), embora também haja um Nokia,
o Lumia 630.

Também
estão na lista o iPhone 7 (em décimo lugar), o iPhone 8 (12º lugar) e o iPhone
7 Plus (15º), além do Sony Xperia XZ1 Compact (11º), o ZTE Axon 7 mini (13º) e
o Blackberry DTEK60 (14º).

Não
há diretrizes universais para um nível “seguro” de radiação
telefônica, mas o órgão de proteção ao meio ambiente na Alemanha, o Der Blaue
Engel, apenas aprova telefones com um nível de absorção de até 0,60 watts por
kg.

Todos
os telefones na lista emitida pela instituição alemã ultrapassam o dobro desse
limite (o OnePlus 5T, no topo do ranking, tem 1,68).

Quanto
aos dispositivos que oferecem um menor nível de radiação, a marca sul-coreana
Samsung lidera.

O
primeiro na lista é o Sony Xperia M5 (0,14), seguido do Samsung Galaxy Note 8
(0,17) e S6 edge+ (0,22), Google Pixel XL (0,25) e Samsung Galaxy S8 (0,26) e
S7 edge (0,26).

Alguns
telefones da americana Motorola (Moto G5 plus e Moto Z) também estão entre os
que emitem as mais baixas radiações do mercado, de acordo com a instituição
alemã.

Se
você quiser verificar a quantidade de radiação que o seu celular emite, pode
verificar o manual do seu modelo, o site do fabricante ou o site da Comissão
Federal de Comunicação dos Estados Unidos (FFC, por sua sigla em inglês). 

Como estamos expostos

As ondas
são mais fortes no ponto onde a antena está localizada, dentro do telefone.
Quanto mais perto dela colocamos a cabeça, maior o risco. Mas há outros fatores
que devem ser levados em conta:

– A quantidade de tempo que usamos o telefone.

– A
distância e a rota da torre de telefonia celular mais próxima (quanto mais
longe, mais energia é necessária).

– O
tráfego de sinais de telefone celular (quanto maior o tráfego, mais ondas).

– O
modelo do telefone que usamos.

Como se proteger?

A ACS sugere algumas ações para limitar a exposição
a ondas de radiofrequência do celular:

– Usar o
viva-voz ou os fones de ouvido, especialmente
aqueles que funcionam com bluetooth, para afastar a antena da cabeça

– Envie mais
textos e faça menos chamadas (exceto quando estiver ao volante).

– Limitar o uso
do celular.

– Usar um celular
com um nível baixo de SAR.


+ Saúde