Corredores de Quênia e Bahrein dominam São Silvestre, disputada em SP

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 31 de dezembro de 2017 às 11:02
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:30
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Atletas tiveram de enfrentar chuvas, além de outras dificuldades durante a prova na capital paulista

​Os africanos levaram vantagem mais uma vez no duelo com os brasileiros na 93º edição da corrida de São Silvestre, que aconteceu neste domingo na capital paulista. Dawitt Admasu, que nasceu na Etiópia mas correu representando o Bahrein, venceu a prova masculina pela segunda vez, já que havia sido campeão em 2014. Ele correu os 15 quilômetros do trajeto em 44m15s. O brasileiro mais bem colocado foi Ederson Vilela, que chegou em 11º lugar.

Entre as mulheres, a vencedora foi Flomena Cheyech Daniel, de 35 anos, do Quênia, com o tempo de 50m18. No ano passado, ela havia chegado em segundo lugar, com o tempo de 49m15s. Joziane Cardoso foi a brasileira mais bem colocada, chegando na 10ª posição.

A prova começou embaixo de chuva fina, mas numa temperatura considerada agradável aos atletas, de 21°C. No ano passado, no início da prova, os termômetros marcavam 25°. Os cadeirantes deram a largada do evento, às 8h20, seguidos pelas mulheres, que iniciaram a corrida 20 minutos depois. O grupo de elite masculino começou a correr às 9h.

Na prova feminina, a argentina Marcela Cordeiro passou os primeiros minutos de prova na liderança, mas Cheyech acabou dando um verdadeiro passeio em suas adversárias. Na subida da Avenida Brigadeiro Luís Antonio, por exemplo, ela chegou a abrir uma vantagem de mais de 200 metros sobre a segunda colocada, a etíope Sintayehu Hailemichael, que terminou com tempo de 50m55s. Em terceiro, ficou a também etíope Birhane Dibaba, com 50m77, que foi campeã da Maratona da Tóquio em 2015.

No masculino, depois de 5 quilômetros percorridos, houve um incidente. O bicampeão da São Silvestre (2012 e 2013) Edwin Kipsang Rotich, tropeçou sozinho e acabou se enroscando com o brasileiro Wellington Bezerra da Silva, mas nem a queda tirou o queniano do terceiro lugar, com tempo de 44m43. Belay Bezabh, da Etiópia, terminou em segundo lugar com o tempo de 44m33. Birhanu Balew (também do Bahrein) e Paul Lonyangata (da Etiópia), debutante na prova, chegaram em quarto e quinto lugares, respectivamente.

A chuva inicial não atrapalhou os mais de 30 mil participantes da corrida, mesmo número de participantes da maratona de Boston. Além dos atletas profissionais, o que chama a atenção na São Silvestre são os animados corredores anônimos, muitos vestidos com roupas extravagantes ou fantasiados. Este ano havia mulheres vestidas de Minie, homens com fantasia de tubarão ou usando o macacão vermelho e capacete verde amarelo em homenagem ao piloto Ayrton Senna. Houve até mesmo personagens de Star Wars participando da São Silvestre. Não faltaram fantasias de índias, super heróis, muita purpurina e até uma noiva.

Muitas faixas com nomes de cidades como Itararé, em São Paulo, ou bandeiras de estados Pernambuco e da Paraíba também apareceram na largada. Segundo a organização, havia corredores de todos os estados brasileiros, inclusive o Distrito Federal, e representantes de pelos menos 40 países. A maioria tem idade entre 35 e 39 anos, sendo 70% de homens e 30% de mulheres. Mas havia também 600 corredores com mais de 70 anos.

A chegada, também na Paulista, aconteceu em frente à Fundação Cásper Líbero. Este ano, a largada avançou 150 metros na Paulista e aconteceu entre as ruas Augusta e Padre João Manuel. O novo ponto de largada, segundo a organização, ficou mais próximo ao túnel José Roberto Fanganiello Melhem, dificultando a entrada dos chamados pipocas, corredores que não fazem inscrição, mas pulam as grades para participar da prova. Foram distribuídos durante o trajeto cerca de 720 mil copos de água. A prova, que acontece desde 1925, sempre no dia 31 de dezembro, marca o final do ano esportivo no Brasil.


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