Médico é um título e o exercício da Medicina com amor é um dom divino

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 18 de outubro de 2017 às 12:14
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:23
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Para Fernando Weber Matos, está claro que os médicos não são os “culpados de sempre”

Em Franca, eles são 333 médicos e 198 médicas, totalizando 531 (na região, incluindo Franca, são 631 médicos e 372 médicas, totalizando 1003 médicos, além de 463 empresas médicas) e atuam dia em noite ao lado de pacientes e ao lado dos leitos de hospitais, casas de saúde, prontos socorros, unidades de saúde e cuidam com esmero da saúde pública. 

Apesar da grande importância na vida de todos os francanos, os profissionais médicos, principalmente os que atuam na rede pública, continuam pagando pelos sucessivos erros da administração e das políticas públicas de saúde. 

No mais das vezes, pelo contato direto com a população, são os médicos, os vilões, os culpados de sempre (veja texto abaixo). 

Nós, leigos, sabemos que de todas as inúmeras dificuldades inerentes à profissão, exercer a Medicina num País que não prioriza a saúde publica, é cada vez mais difícil e desgastante. 

Mas a beleza da profissão e a resiliência que os profissionais necessitam para passar pelos longos, árduos e caros anos de formação os presenteia com a mais bela das artes, a de curar, a Medicina. 

Tanto quanto imprescindíveis, os profissionais médicos precisam ser reconhecidos pela sua fundamental importância, do começo ao fim da vida. 

Por isso, esta homenagem singela, porém sincera do Jornal da Franca. 

Lavínio Nilton Camarim, médico francano e presidente do Conselho de Medicina do Estado de Sp - CREMESP

O dia 18 de outubro foi escolhido em homenagem ao nascimento de São Lucas, o protetor dos médicos. São Lucas foi um dos seguidores de Jesus, segundo a tradição, escreveu um dos livros dos Evangelhos e o livro de Atos dos Apóstolos. 

Nestes livros, contou muitas histórias de Cristo, inclusive algumas das muitas curas e milagres que presenciou. São Lucas estudou medicina em Antioquia(atual Turquia), e foi chamado pelo apóstolo Paulo de “amado médico” na epístola aos Colossenses. É considerado patrono dos médicos desde o século XV.

Confira este emocionante vídeo sobre o que os pacientes gostariam de falar a seus médicos:

OPINIÃO 

Se ainda existe assistência de saúde na rede pública, deve-se muito aos médicos

 Na cena final do clássico Casablanca, o chefe de polícia orienta seus soldados a prender os “suspeitos de sempre”, salvando o herói do filme, Humphrey Bogart, que havia atirado contra um oficial alemão.

A frase, com uma ligeira adaptação, pode ser aplicada quando a população, sofrida e angustiada diante da desassistência de saúde que se agrava cada vez mais e da desinformação que impera no setor, aponta para os “culpados de sempre”: os médicos.

Contribui, e muito, para esse drama que parece não ter fim, é o desvio das verbas que deveriam ser destinadas à saúde, e que acabaram tendo outro fim

Nada mais natural. Afinal, é o médico quem está na linha de frente, olho no olho com o paciente, muitas vezes sem as mínimas condições de trabalho, a começar pela falta de material, equipamentos, estrutura física e, o que também é muito importante e pouco considerado pelos gestores: segurança ausente ou insuficiente.

O que a população não sabe, talvez nem suspeite, é que o médico, assim como os outros trabalhadores da saúde pública e o próprio paciente, são também vítimas desse descaso permanente com a saúde.

Os governos não destinam os recursos necessários para atender uma demanda crescente no SUS _ o aumento do desemprego fez com que milhares de pessoas abandonassem seus planos privados de saúde _ e, para piorar, há sérios problemas de gestão.

Então, para desviar o foco da verdadeira causa dessa crise na saúde os governos usam de artifícios e medidas paliativas, como a criação do programa Mais Médicos, que até o começo deste ano havia tragado mais de R$ 5,7 bilhões, segundo dados do Ministério da Saúde.

Dentro dessa mesma linha eleitoreira, o governo anterior criou as UPAs, verdadeiros elefantes brancos que os municípios receberam e que não conseguem manter. Por isso, a maior parte das unidades permanece fechada ou sequer saiu do papel.

Já o governo atual, através do ministro da Saúde Ricardo Barros, direcionou seus ataques aos médicos, diante da incapacidade para dar uma resposta aos anseios da sociedade, que há anos clama por um atendimento digno de saúde e só encontra como resposta discursos e promessas.

Contribui, e muito, para esse drama que parece não ter fim, é o desvio das verbas que deveriam ser destinadas à saúde, e que acabaram tendo outro fim.

Assim, está claro que os médicos não se enquadram na categoria dos “culpados de sempre” para explicar a degradação da saúde pública. Muito pelo contrário. Se ainda existe assistência de saúde na rede pública deve-se muito aos médicos, que buscam fazer a sua parte com superação e dedicação sempre, como neste 18 de outubro, Dia do Médico.

(Fernando Weber Matos, Presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul)


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