Que penhor, que nada! Agora a moda é vender e comprar joias e relógios usados

  • Robson Leite
  • Publicado em 15 de janeiro de 2022 às 21:30
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Mais de 2.000 novas empresas desse segmento surgiram no último ano – foram brechós de roupas, lojas de óculos e até joias

O comércio de produtos usados ou de segunda mão cresceu 48,5% do ano passado para cá, segundo um levantamento feito pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

Mais de 2.000 novas empresas desse segmento surgiram nesse período – e não foram apenas brechós de roupas: são lojas de coisas para cozinha, óculos e até joias.

É nesse segmento que atua a Orit, especializada em comprar joias e relógios de pessoas físicas e revendê-los em suas lojas.

“A empresa existe como joalheria, desde 1958”, diz Marcelo Trad, presidente da Orit. Ex-executivo da Doutor123, plataforma para agendamento de consultas e exames médicos, ele foi contratado pela família Sztokfisz, dona da empresa, para reformular a marca e criar um plano de expansão.

A primeira loja da marca já funciona no Shopping Ibirapuera. A ideia é partir para novos shoppings e chegar a 20 lojas até 2026.

E por que esse mercado cresce?

Ele baseia o crescimento desse mercado em três vertentes. O primeiro é o preço. Em média, os produtos na Orit são 40% mais baratos, porém essa porcentagem varia conforme a peça, modelo, marca, ano de confecção, estado de uso.

O outro pilar é a sustentabilidade. “Principalmente o consumidor mais novo, está muito preocupado com isso. Ele gosta de joias e relógios. Mas não quer, por exemplo, fomentar a poluição de rios pela mineração de outro, como a gente vê acontecer todo dia na Amazônia.”

E tem também o saudosismo. Muitos “baby boomers” (a geração que hoje está na casa dos 60, 70 anos), segundo ele, compram porque já tiveram joias parecidas e que foram roubadas”, afirma Trad.

E, claro, a facilidade de transformar joias paradas, quebradas e não mais usadas em dinheiro também atrai o consumidor que quer fazer uma graninha. Todas elas são verificadas antes da compra. As de marca, são analisadas para detectar réplicas.

Riscos

Segundo lojistas do setor de joias consultados pela repórter Lilian Cunha, do portal 6 Minutos, existe um certo risco nesse tipo de negócio. “A loja exige apresentação de nota fiscal de quem quer vender a joia? Porque a peça pode ser roubada”, disse um deles, que preferiu não se identificar.

O Orit informou que, ao vender suas peças, o cliente assina um termo de responsabilidade garantindo a legitimidade e propriedade legal do produto, independentemente da apresentação de comprovante de compra ou nota fiscal.


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