Dia Mundial do coração: cuidados devem começar ainda na infância

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 30 de setembro de 2020 às 20:11
  • Modificado em 30 de setembro de 2020 às 20:11
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A conscientização sobre a saúde desse órgão vital é o objetivo do Dia Mundial celebrado em 29 de setembro

Com a premissa de que é mais fácil cuidar da saúde do que da doença, a prevenção de fatores de risco é o melhor caminho para evitar enfermidades cardiovasculares. 

Nesse caso específico, fazer um acompanhamento médico regular desde a infância é importante para a detecção precoce de condições que podem deixar o órgão vulnerável.

 O alerta é ainda mais necessário para pessoas com histórico familiar de problemas no coração, cujos riscos podem ser maiores.

A conscientização sobre a saúde desse órgão vital é o objetivo do Dia Mundial do Coração, celebrado anualmente em 29 de setembro e criado pela Federação Mundial do Coração. 

Em maio de 2012, líderes mundiais se comprometeram a reduzir em 25% a mortalidade global por doenças não transmissíveis até 2025, sendo que metade dessas enfermidades são causadas por problemas cardiovasculares.

Segundo a entidade, essas más condições que afetam os coração e os vasos sanguíneos, incluindo o derrame, são a principal causa de morte no mundo, tirando a vida de 17,9 milhões de pessoas a cada ano. 

O objetivo da campanha é promover ações educativas a fim de que haja controle dos fatores de risco, como tabagismo, má alimentação e sedentarismo, por exemplo. Estima-se que ao menos 80% das mortes prematuras por doenças cardíacas e derrames podem ser evitadas.

Quanto mais cedo esses cuidados começarem, melhor. “Cada vez mais vem aumentando a incidência de obesidade em adolescentes, principalmente pela vida moderna atrás de computadores e celulares, o que fez diminuir a prática de atividades físicas entre crianças e adolescentes”, destaca o médico Félix Ramires, coordenador do Programa de Insuficiência Cardíaca do Hospital do Coração (HCor).

Ele menciona que as doenças isquêmicas, que afetam as artérias do coração, e o enfarte têm ocorrido em idade mais precoce. Um exemplo disso foi a morte de Danilo Feliciano de Moraes, filho mais velho do ex-jogador Cafu, que tinha 29 anos. 

Ele jogava futebol com amigos em casa, em setembro do ano passado, quando passou mal. Encaminhado a um hospital, o jovem não resistiu ao sofrer uma parada cardíaca.

Além do sedentarismo e da obesidade, Ramires afirma que o mundo tem trazido uma carga elevada de estresse, o que também contribui para o aumento da hipertensão, que é mais um fator de risco para doenças cardíacas. 

“Os jovens se acham saudáveis e não vão em busca da prevenção ou de detectar esses fatores de risco que são silenciosos.” A ocorrência de colesterol alto, por exemplo, não manifesta sintomas iniciais, apenas quando os vasos sanguíneos entopem.

Mas jovens saudáveis não estão completamente livres do risco, uma vez que condições genéticas e histórico familiar influenciam no aparecimento das enfermidades cardiovasculares. E isso pode ocorrer mesmo em pessoas fisicamente ativas. O médico do HCor cita, ainda, que uso de drogas ilícitas também aumentam a incidência de enfarte na população mais jovem.

O ideal é evitar que o problema apareça e fazer um acompanhamento médico desde a infância. Quanto mais cedo os fatores de risco forem identificados, menos tempo o organismo sofrerá com os danos. 

“A frequência desse acompanhamento está diretamente relacionada a qual grupo de risco você se encaixa. Se é de baixo risco, acompanhamento anual é suficiente para manter a monitorização dos fatores de risco. Se de alto, a cada seis meses”, orienta o cardiologista.

Uma vez que nem sempre as doenças cardiovasculares estão relacionadas à idade avançada, confira a seguir as complicações mais comuns em cada fase da vida, segundo Félix Ramires, do HCo


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