Tragédia em Capitólio: após dois meses, trecho no Lago de Furnas segue interditado

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 19 de março de 2022 às 09:00
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O trabalho de investigação da policia também contou com auxilio de geólogos, que alertaram para futuros outros acidentes.

O trecho do Lago de Furnas, em Capitólio, onde o paredão de pedra caiu, atingiu três lanchas e ocasionou a morte de dez pessoas, segue interditado mais de dois meses após o acidente. A informação foi confirmada ao g1 pelo secretário de turismo Lucas Arantes.

Segundo ele, está em andamento a elaboração de um plano de segurança para que o local seja desinterditado.

O acidente ocorreu no início da tarde de um sábado, dia 8 de janeiro, no Lago de Furnas. No dia em que a tragédia completou um mês, a Prefeitura fez o lançamento de um projeto chamado de “Reviva Capitólio – Viva o Mar de Minas”.

A Polícia Civil apresentou, no início deste mês, um balanço das investigações que não apontou responsáveis ou culpados pelo desabamento, mas fez uma série de orientações para evitar acidentes na região.

Plano de segurança

O plano é composto por diversas ações, de acordo com o secretário de Turismo. Entre eles, Lucas informou ao portal g1 que deverá ser apresentado um termo de reconhecimento de risco assinado pelos passageiros.

“Vamos ter que elaborar um plano de visitações com restrições de número de embarcações. Precisamos fazer o monitoramento geológico do local diariamente. Também temos que intensificar a fiscalização, fazer sinalização do local. Cada empresa deverá apresentar um termo de conhecimento de risco assinado pelos passageiros”, explicou.

O secretário explicou ainda que a maioria das demandas está adiantada e, em breve, o local poderá ser desinterditado com segurança. Ele disse que, com exceção do local onde ocorreu o acidente, todas as demais partes do Lago de Furnas estão abertas e aptas a receber turistas.

Inquérito finalizado

A Polícia Civil apresentou no dia 4 deste mês, durante coletiva de imprensa, o resultado do inquérito. Após mais de 30 dias de investigação, foi concluído que não houve responsáveis ou culpados pelo desabamento. Porém, algumas irregularidades foram encontradas na região e chamaram a atenção da polícia.

O delegado regional de Passos, responsável pelo inquérito, Marcos Pimenta, explicou o que foi detectado.
“Nós averiguamos eventuais irregularidades do empreendimento, mas essas irregularidades não estão conexas com o tombamento da placa rochosa. Se houvesse (conexão), indiciaríamos responsáveis pelos dez homicídios, o que não ficou comprovado”, afirmou.

Alerta e recomendação

O trabalho de investigação da policia também contou com auxilio de geólogos, que alertaram para futuros outros acidentes. “Tem rocha lá em que é necessário intervenção urgente”, afirmou o perito e geólogo Otávio Guerra.

Diante disso, a polícia fez algumas sugestões para Prefeitura no sentido de adotar mais medidas e de segurança. Entre as ações sugeridas pela polícia, o mapeamento das zonas de risco foi feito em fevereiro por geólogos vindos de outros estados.


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