Situação grave: medicamentos para intubação acabam em 20 dias, dizem hospitais

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 18 de março de 2021 às 22:30
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O estoque de alguns medicamentos necessários para intubação de pacientes graves de covid-19 é de apenas cinco dias

Médica em UTI com paciente entubado

 

O estoque de alguns medicamentos necessários para intubação de pacientes graves de covid-19 é de apenas cinco dias.

A informação foi apresentada nesta quinta-feira, 18, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp).

Segundo apurou o Valor Econômico, a entidade informou que o estoque máximo de itens para intubação é 20 dias, sendo que em alguns casos o fôlego é menor, de 5 ou 10 dias, no máximo.

Representantes dos hospitais, de clínicas, planos de saúde e da classe médica estão reunidos neste momento com diretores da Anvisa no intuito de buscar soluções para o quadro, classificado por dirigentes da agência como “grave”.

A ideia da reunião é fazer um levantamento dos estoques existentes hoje no país e planejar uma redistribuição para atender as regiões mais críticas.

A agência deve orientar os hospitais a não fazerem grandes estoques desses medicamentos, para evitar a falta em outras unidades de saúde.

Procurada, a Anahp não havia confirmado oficialmente os nomes dos medicamentos e os prazos dos estoques até o momento da publicação.

O novo risco de apagão nos suprimentos para combate à pandemia pode representar mais uma escalada no já assustador número de óbitos diários registrado no país. Há dois meses, a falta de oxigênio medicinal vitimou muitas pessoas no Amazonas.

Na semana passada, a Anvisa liderou uma reunião para tratar do abastecimento de oxigênio no país. Na ocasião, os Estados do Acre e de Rondônia apresentavam a situação mais preocupante, mas o cenário era considerado grave em todo o país.

Nos bastidores da Anvisa, a avaliação é de que o problema está na falta de gestão por parte do Ministério da Saúde.

Dirigentes do órgão apontam para uma completa desarticulação da pasta na compra dos insumos estratégicos.

As falhas de gestão da pasta, na avaliação de dirigentes da Anvisa, atrapalham o processo de compra e de distribuição dos insumos pelo país. Isso porque a desarticulação também dificulta o planejamento dos fabricantes.


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