Sem doses: Estado de São Paulo suspende vacinação contra covid em adolescentes

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 5 de agosto de 2021 às 17:00
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Estado diz que recebeu do Ministério da Saúde apenas 50% das doses de Pfizer previstas e que encaminhou ofício pedindo mais

Vacinação de adolescentes contra covid-19 começaria no dia 18 de agosto

 

O governo de São Paulo anunciou na tarde desta quinta-feira (5) que a data do início da vacinação para adolescentes no estado fica “em aberto” até a regularização do repasse das doses da vacina da Pfizer contra Covid-19 pelo Ministério da Saúde.

A imunização dos adolescentes estava prevista para começar no dia 18 de agosto, e só vacinas da Pfizer estão liberadas para o grupo no Brasil até agora.

Segundo o governo do estado, foram repassadas 228 mil doses da Pfizer de um total de 456 mil a que São Paulo teria direito na divisão proporcional entre os estados (o critério é o tamanho da população).

O Ministério da Saúde negou ter prejudicado o estado, mas o governo estadual informou que vai acionar a Justiça.

“O início de vacinação dos adolescentes do estado de São Paulo está neste momento com a sua data de início em aberto. Isto se deu por conta da redução do envio proporcional de vacinas da Pfizer para o estado de São Paulo”, disse o secretário-executivo da Saúde, Eduardo Ribeiro.

De acordo com Ribeiro, a data para começar a vacinar o grupo ficará indefinida até que o “Ministério da Saúde regularize esta situação e garanta a continuidade dos envios de doses na proporcionalidade que vem sendo praticada por ele, ministério, até aqui”.

O início da vacinação para adolescentes em 18 de agosto previa prioridade para pessoas com comorbidade, com deficiência, gestantes e puérperas, segundo o plano estadual de imunização.

“Nós enfrentamos um momento de abrupta modificação que impacta de forma cruel na vacinação daqueles que são vulneráveis e que precisariam ter sido vacinados e foram já deixados pelo programa nacional de imunização lá pra trás e, com isso, serão mais ainda retardados na suas ações de proteção”, lamentou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn.

De acordo com Regiane de Paula, coordenadora do Plano Estadual de Imunização (PEI), ela participou de uma Câmara Técnica de Epidemiologia no dia 27 de julho em que foi discutida a possibilidade de revisão dos quantitativos enviados para regiões Norte e Nordeste, que se tratava de um aumento e não diminuição.

SP pede mais doses ao governo federal

Na quarta (4), o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, protocolou um ofício junto ao Ministério da Saúde solicitando que as outras 228.150 doses que estavam previstas inicialmente sejam entregues em até 24 horas.

O Ministério da Saúde negou na quarta-feira (4) que tenha prejudicado o estado de São Paulo na distribuição de vacinas contra a Covid-19.

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Moreira da Cruz, afirmou que não há um percentual fixo de doses para cada estado e que o objetivo neste momento é diminuir a diferença do avanço da imunização pelo país.

Cruz também afirmou que a decisão de distribuição das doses não é feita de maneira unilateral pelo Ministério da Saúde, já que participam das reuniões o Conass (conselho de secretários estaduais de saúde) e o Conasems (conselho das secretarias municipais de saúde).

De acordo com a secretária extraordinária para Covid, Rosana Leite de Melo, houve uma “compensação” no lote da Pfizer porque São Paulo já teria recebido mais doses de outros imunizantes, como o do Butantan.

Ela afirmou ainda que a população brasileira está “incomodada” com a diferença de avanço entre os estados.

Em nota, o governo de São Paulo disse que o Ministério da Saúde mentiu ao dizer que o estado ficou com mais doses da vacina do Butantan.

“É mentirosa a afirmação da secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, que o Estado de SP ficou com mais doses da vacina do Butantan conforme afirmado em entrevista coletiva do Ministério da Saúde hoje”, diz o texto.

Calendário

O início da imunização dos adolescentes estava prevista para ocorrer em 18 de agosto e ia até 12 de setembro.

O calendário inicial previa a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos com comorbidades, deficiências, gestantes e puérperas, entre os dias 18 a 29 de agosto.

Em seguida, entre 30 de agosto e 5 de setembro, seria a vez dos adolescentes de 15 a 17 anos.

A campanha seria finalizada com a imunização de adolescentes de 12 a 14 anos, do dia 6 a 12 de setembro.

*Informações G1


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