Seguro contra crise, reserva do Tesouro em ano eleitoral vai a mais de R$ 1 trilhão

  • Joao Batista Freitas
  • Publicado em 10 de agosto de 2021 às 21:30
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Trata-se de um patamar elevado que dá bastante conforto do ponto de vista da estratégia e redução dos leilões em momentos de volatilidade

No ano das eleições de 2022, o Tesouro Nacional prevê entrar com reserva de caixa de mais de R$ 1 trilhão, recurso suficiente para pagar todos os títulos da dívida que vencerão ao longo do ano.

Esse é o “colchão de liquidez”, recurso que o governo tem exclusivamente para o pagamento da dívida.

O mecanismo funciona como uma espécie de seguro para o enfrentamento de instabilidades e movimentos de alta volatilidade dos preços dos principais indicadores do mercado, como juros e dólar.

Venda de títulos

Nestes momentos, o Tesouro pode botar o pé no freio reduzindo a venda de títulos, como ocorreu na semana passada, quando o mercado sentiu a pressão provocada pelo aumento de incertezas fiscais e ruídos políticos.

O Banco Central (BC) também endureceu o processo de alta de juros e elevou em um ponto porcentual a taxa Selic, para 5,25%, para controlar a alta da inflação.

O Tesouro Nacional tem hoje uma gordura para momentos de volatilidade e poder reduzir suas emissões de títulos, como fez na semana passada, reduzindo drasticamente a venda de títulos.

Reforço de caixa

O colchão de liquidez está atualmente em R$ 1,17 trilhão, na máxima histórica, depois de ter caído fortemente no ano passado, quando a pandemia elevou os gastos do governo em R$ 600 bilhões.

No fim do ano passado e no primeiro semestre de 2021, o Tesouro foi reforçando o caixa com a venda maior de títulos e a melhora do quadro fiscal.

Desde junho do ano passado, o colchão teve alta superior a 70%, chegando a um patamar que faz frente aos vencimentos de R$ 1,18 trilhão nos próximos 12 meses.

O repasse de R$ 325 bilhões do lucro do BC com a variação cambial foi essencial para esse reforço no caixa.

(As informações são do jornal O Estado de S. Paulo).


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