Saúde Sexual do brasileiro ainda é tratada como tabu, aponta levantamento do IES

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  • Publicado em 30 de agosto de 2019 às 22:46
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:46
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Falta de conhecimentos, estresse, mudanças sociais e outros fatores estão prejudicando as relações íntimas

Segundo o médico psiquiatra e sexólogo Arnaldo Barbieri Filho, diretor do Instituto de Estudos da Sexualidade (IES), de Ribeirão Preto (SP), sexo ainda é um tabu

O
Dia Mundial da Saúde Sexual é celebrado em 4 de setembro, mas o brasileiro não
tem muito a comemorar.  Segundo o médico psiquiatra e sexólogo Arnaldo
Barbieri Filho, diretor do Instituto de Estudos da Sexualidade (IES), de
Ribeirão Preto (SP), sexo ainda é um tabu. “Temos de tratar o assunto como
qualidade de vida, saúde, pois boa parte da população possui uma visão
equivocada e pouco conhecimento sobre a área”, explica.

Segundo
o sexólogo, as doenças contemporâneas, como o estresse, por exemplo, podem
prejudicar o prazer. “Quando estamos em situação de estafa, liberamos
substâncias como adrenalina e corticóide, elas atrapalham a sexualidade. A
adrenalina pode ocasionar disfunção erétil ou ejaculação precoce nos homens”,
aponta.

“As
transformações sociais também alteraram a sexualidade, principalmente, a dos
homens, que estão cada vez mais inseguros com a liberação feminina. No passado,
ele se casava com uma mulher virgem, que não o comparava com ninguém. Hoje, com
a mulher moderna, surge a insegurança, pois o homem é avaliado com os outros.
Em minha rotina médica, encontro muitos jovens de vinte e poucos anos que são
virgens. O que pode ser em decorrência de medo, e isso faz com que ele deixe de
ter um relacionamento íntimo”, comenta Barbieri Filho.

De
acordo com Barbieri Filho, as mulheres também sofrem com problemas sexuais.
“Segundo o Estudo da Vida Sexual do Brasileiro” realizado pela sexóloga Carmita
Abdo, cerca de 30% das mulheres de nosso país têm dificuldades em atingir o
orgasmo. As causas da falta de orgasmo podem ser psicológicas, como repressão
sexual na infância, traumas sexuais ou doenças como a depressão.  As
razões podem ser físicas, como as alterações hormonais ou o uso de certos
medicamentos”, diz.

Sexo Virtual – “Atualmente as pessoas vivem mais as
suas fantasias por meio de filmes e sexo virtual. Às vezes acontecem exageros e
ocorre a substituição do relacionamento físico pelo imaginário, o que pode se
transformar em um problema, pois elas deixam de participar da realidade”,
observa Barbieri Filho

“É
importante dizer que no sexo, dentro de quatro paredes, vale tudo, desde que
não seja ilegal ou que cause danos aos envolvidos. Tem de haver acordo comum”,
finaliza Barbieri Filho.

Sobre o IES – Instituto de Estudos da Sexualidade
em Ribeirão Preto atua no tratamento sistemático de pacientes relacionado às
dificuldades sexuais do homem, da mulher e do casal. Oferece também Grupos de
Estudos e Palestras para profissionais e estudantes na área de Sexualidade
Humana. Tem como fundador e diretor Arnaldo Barbieri Filho – médico psiquiatra
em Ribeirão Preto, com cerca de 30 anos de experiência no atendimento de
pacientes em Psiquiatria Clínica, Psicoterapia e Sexualidade Humana. Professor
colaborador da pós-graduação em Sexualidade Humana da Faculdade de Medicina da
USP São Paulo. Palestrante e Moderador de mesas em Congressos de Sexualidade
(Brasileiro, Latino-americano e Mundial). Membro da Comissão Científica do
Congresso Brasileiro de Sexualidade. Membro do Conselho Editorial da Revista
Brasileira de Sexualidade. Delegado do Estado de São Paulo da SBRASH (Sociedade
Brasileira de estudos em Sexualidade Humana). Secretário de sexologia da
Asociación Psiquiátrica de America Latina (APAL), representando a Associação
Brasileira de Psiquiatria (ABP). O IES trabalha com atendimentos (consultas) e
palestras com pacientes e no desenvolvimento e atualização de profissionais e
estudantes (palestras e grupos de estudo). O telefone para outras informações
sobre o IES é (16) 3236-2308.


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