Saiba como aumentar a perda calórica durante a noite e emagrecer dormindo

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 1 de novembro de 2020 às 19:52
  • Modificado em 11 de janeiro de 2021 às 07:09
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Em repouso, o organismo regula hormônios importantes para a manutenção do metabolismo e controle do apetite

O sono é essencial para o processo de emagrecimento, em conjunto com alimentação balanceada e rotina de exercícios físicos. 

Uma noite bem dormida é capaz de queimar quantidades significativas de calorias, além de garantir disposição e energia ao longo do dia. 

Em repouso, o organismo faz a regulação de hormônios importantes para a manutenção do metabolismo e controle do apetite, o que impacta diretamente na redução de peso.

De acordo com a nutricionista Maria Catarine Camargo, especialista em suplementação e em clínica esportiva, a perda de calorias durante a noite relaciona-se com a rotina diurna. 

Os principais truques, segundo ela, são a realização de treinos aeróbicos e o consumo de proteínas e fibras, além da ingestão de água. “São hábitos fundamentais para aumentar esse gasto calórico”, salienta.

Catarine explica que não é possível medir com precisão o quanto cada pessoa queima ao dormir, pois depende do peso, do metabolismo, da prática de exercícios e da respiração ao dormir. 

Apesar disso, sabe-se que, ao chegar na fase quatro do sono, a Rapid Eye Movement, a pessoa adentra o sono profundo e relaxa totalmente. 

Nesse estágio, há maior taxa de renovação cerebral, com um consumo elevado de glicose pelo organismo.

O que comer?​

Os melhores alimentos para serem consumidos pelo menos três horas antes de dormir são aqueles ricos em fibras e proteínas. 

Entre as opções, estão carnes magras grelhadas, legumes cozidos ou feitos no vapor, salada de folhas e caldos à base de vegetais com frango. 

Assim, a pessoa fica saciada e não há interferência brusca no sono, como se sentir “pesado” perto do momento de ir dormir.

A nutricionista Bruna Freyre explica que o segredo é comer de forma saudável e equilibrada. 

Segundo ela, é preciso priorizar alimentos de fácil digestão, bem como evitar comer em grandes quantidades, o que irá demandar muito esforço do corpo.

Portanto, não é preciso excluir os carboidratos, mas dar preferência aos que não são refinados, como o pão integral. 

Bruna recomenda abacate, coco e proteínas magras, como frango, ricota e açaí. Massas, farinhas e açúcar não são as melhores escolhas, bem como carne vermelha.

Os chás, conhecidos por promover o emagrecimento, devem ser consumidos à noite apenas se forem aqueles que induzem ao sono tranquilo, como camomila, maracujá e erva doce. 

“Chás estimulantes, como hibisco, chá-verde ou e de canela não são indicados. Eles estimulam a liberação de líquidos e a pessoa vai ter que levantar várias vezes para ir ao banheiro”, ressalta Maria Catarine.

“De qualquer forma, o que emagrece é a alimentação que a pessoa mantém durante todo o dia. Não tem alimento que vai potencializar apenas por ser consumido à noite”, comenta.

Por outro lado, Maria Catarine argumenta que os alimentos termogênicos, comumente conhecidos potencializar a queima de gordura, devem ser evitados no período noturno. 

“Esses alimentos aumentam o gasto calórico a partir da geração de calor no nosso organismo. Tudo isso faz com que eles sejam opostos ao processo de repouso, ou seja, não são os mais recomendados para a hora de dormir”, completa.

Ela acrescenta que que é importante dispensar, também, os alimentos estimulantes, como o açúcar e a cafeína. 

“Eles deixam o organismo em estado de alerta e atrapalham o sono saudável”, diz. 

Bebidas como guaraná, chá preto ou refrigerantes, portanto, não colaboram para o descanso do corpo.

Cansaço ou fome?​

Após uma noite de descanso efetivo, as chances de atacar a geladeira e fugir da dieta são bem menores. 

Segundo uma pesquisa publicada na Annals of Internal Medicine, em 2004, apenas duas noites maldormidas já são capazes de alterar todo o metabolismo do organismo. 

Com isso, há um salto na produção da grelina, o hormônio que causa a fome, e a inibição nos índices daquele que reduz o apetite, o leptina. 

O resultado: a pessoa acaba comendo até 20% a mais do que se tivesse dormido bem.

A nutricionista especialista em suplementação afirma que, quando estamos cansados, preferimos algo que pode nos proporcionar a sensação de energia mais rápido. 

Na lista, estão alimentos calóricos e açucarados. No entanto, o que o corpo realmente necessita é de descanso.

“O mais importante é investir em um sono de qualidade. Ter uma noite tranquila e chegar ao sono profundo já são passos importantes para garantir a regulação do metabolismo”, afirma.

Além disso, para evitar a vontade de atacar a geladeira de noite, o conselho é comer o suficiente, de forma nutritiva, durante o dia. 

“O organismo manda sinais de fome quando não está suficientemente alimentado, ou seja, ele precisa estar recebendo boas fontes de fibras, vitaminas, proteínas e minerais para que não precise mandar esses sinais”, salienta Maria Catarine.

Assim, de nada adianta restringir a alimentação a níveis baixíssimos ao longo do dia se, depois das 18h, há o consumo exagerado. 

A informação é embasada pela Associação Brasileira de Estudo da Obesidade (Abeso), que afirma que o maior consumo de calorias deve ser ao longo do dia, para evitar o ganho de peso.

Informações Metrópoles


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