O que explica a vitória de Alexandre Ferreira nas eleições deste ano: saiba

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 30 de novembro de 2020 às 21:14
  • Modificado em 30 de novembro de 2020 às 21:14
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A campanha foi tradicional demais para explicar a vitória, mas existem alguns detalhes que

Entre os amigos, Alexandre Ferreira é considerado aquele aluno que se tirar nota 9,9 vai reclamar do professor porque não tirou 10.

Enquanto isso é um defeito em muitas pessoas, para outras é uma virtude. Principalmente se o que estiver em jogo é ser prefeito de uma cidade de quase 400 mil habitantes.

Seus amigos consideram Alexandre uma pessoa abnegada, determinada e cheia de vontade. Tanto que dorme tarde e acorda cedo.

Então existe a curiosidade: quando e de que maneira começou a epopeia de Alexandre Ferreira para disputar e ganhar a Prefeitura de Franca?

Levando-se em consideração que Alexandre Ferreira disputou uma eleição para deputado há menos de 2 anos com uma pequena votação, seria surpresa a votação de agora?

Não, se analisados os vários aspectos da corrida sucessória.

Alexandre Ferreira disputou a eleição de deputado sabendo que tinha poucas chances. Mas trabalhou como se disputasse o primeiro lugar.

Naquele período, ainda perdeu um de seus mais eficientes e fieis escudeiros, quando Edvaldo Costa morreu num acidente na rodovia Cândido Portinari.

Ex-gerente de uma loja do Magazine Luiza, ex-gerente da Acif, ex-assessor do deputado Roberto Engler, ex-assessor de Sidnei Rocha, Edvaldo trabalhou com Alexandre durante o seu mandato e se transformou em mais do que assessor: era como um irmão.

A perda de Edvaldo, certamente, doeu mais do que perder a eleição de deputado.

Mas desde então, Alexandre Ferreira começou a colocar em prática a estratégia para ganhar a corrida para a Prefeitura em 2020.

Foi para o MDB, um partido competitivo, e traçou seu plano de ação, que começou pelas possíveis coligações e pelos nomes que poderiam compor a chapa de vereadores.

Estudioso, ele sabia que precisava de capilaridade, um jeito de fazer sua mensagem chegar aos finais das ruas dos últimos bairros da cidade.

Levou bons nomes para seu quadro e, mais do que isso, ajudou muitos candidatos no trabalho em busca de uma vaga na Câmara Municipal.

Quem conhece Alexandre Ferreira sabe da sua capacidade de gestão, mas o jeito turrão durante seu governo levou muitas pessoas a acreditarem que ele não tinha a paciência política. Engano.

Durante os últimos anos, Alexandre treinou a Inteligência emocional, não como uma artimanha, mas uma necessidade de se aperfeiçoar.

Atribui à sua esposa Cinthya esse treinamento diário. Com a força de vontade e o jeito político, Alexandre sabia que estava no páreo.

Algumas folheadas no livro “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu, atualizaram a prática da estratégia. Nenhum outro candidato se preparou tanto para o pleito como ele.

Trata-se de um livro pequeno, de apenas 13 capítulos, que destrincham apenas 6 princípios. Mas se foi fundamental para moldar impérios, porque então não traçar as estratégias de uma disputa eleitoral?

Quem já leu o livro ou tiver a curiosidade de ler, entenderá tudo o que aconteceu na campanha eleitoral deste ano.

Num movimento inesperado, convidou o professor Everton de Paula para ser seu vice. Naquele momento, ele tentava neutralizar a escolha de Flávia Lancha pelo diretor Marcos.

Ultrapassada a parte teórica e a montagem da chapa, Alexandre Ferreira atuou como um técnico de time que gosta de revelar talentos ou de um maestro que coordena vários instrumentos tocando diferente para fazer uma música.

Nada de monstros sagrados e nem de figurões: acreditou no potencial de pessoas que ele conhecia e confiava e deu a elas diretrizes.

Todos leram a partitura com unificação de esforços e sem divisões de egos. Todos sabiam que estavam numa luta renhida e que não havia espaços para espasmos.

Alexandre organizou seu próprio time, tanto na logística quanto na área digital, sem esquecer as equipes de ruas e a comunicação.

Na estratégia do candidato não era essencial terminar o primeiro turno na liderança, mas conseguir passar para o segundo turno.

Para isso, ele concentrou seus esforços nas fraquezas dos adversários, sabendo que era um passo depois do outro.

Uma vez no segundo turno, o candidato sabia que o seu conhecimento técnico era forte demais e que seria o diferencial. E, então, estimulou os debates. Esse foi o principal mérito tático dele.

Demasiadamente preparado, cada embate de comunicação era uma avenida em que ele podia desfilar todo o seu conhecimento de uma administração ou da máquina pública. Como ensina Sun Tzu, usou as informações a seu favor.

Quem buscar nas imagens ou nas memórias não verá ataques de Alexandre aos seus adversários: todos foram vencidos pelo conhecimento técnico.

Mas num embate político quando todos fazem a lição de casa a disputa termina empatada. O prefeito eleito contou com estratégias imprecisas e com táticas equivocadas de seus concorrentes.

Como ele mesmo disse, precisou pisar em ovos na disputa para que nenhuma ação sua pudesse significar um ataque às mulheres. Esteve no limite.

Alexandre planejou o começo e o fim da jornada. Sabia que, uma vez no segundo turno, seu estilo de gestão e seu jeito de liderança levaria muitos eleitores para o seu lado.

Foi o que aconteceu, quando, além de tirar a vantagem aplicada por Flávia Lancha no primeiro turno, ainda colocou os 20 mil votos de vantagem.

Se deve a alguém a sua vitória, é a ele mesmo e sua esposa. Foi um cavaleiro solitário que acreditou no seu potencial e que usou as ferramentas que conhecia para poder comemorar a vitória.

Agora começa a história de se preparar novamente, montando seu time de secretários, coordenadores e assessores. Daqui uns dias começa a história de ter de colocar em prática um plano que faça de Franca uma cidade melhor para se trabalhar e para se viver.

(Caio Mignone, especial para o Jornal da Franca


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