Juros do cartão de crédito e do cheque especial aumentam em novembro

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 27 de dezembro de 2018 às 12:14
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:16
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A taxa média do rotativo do cartão de crédito subiu 4,1 pontos percentuais em relação ao outubro

Os consumidores que
caíram no rotativo do cartão de crédito ou usaram cheque especial pagaram juros
mais caros em novembro, de acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados
nesta quinta-feira, 27 de dezembro.

A taxa de juros do cheque especial subiu 5,3 pontos percentuais,
em relação a outubro, ao chegar em 305,7% ao ano, em novembro. As regras do
cheque especial mudaram em julho.

Segundo a Federação
Brasileira de Bancos (Febraban), os clientes que utilizam mais de 15% do limite
do cheque durante 30 dias consecutivos passaram a receber a oferta de um
parcelamento, com taxa de juros menores que a do cheque especial definida pela
instituição financeira.

A taxa média do rotativo do cartão de crédito subiu 4,1 pontos
percentuais em relação ao outubro, chegando a 279,8% ao ano, no mês passado.

A taxa média é formada com base nos
dados de consumidores adimplentes e inadimplentes. No caso do consumidor
adimplente, que paga pelo menos o valor mínimo da fatura do cartão em dia, a
taxa chegou a 255,6% ao ano em novembro, com aumento de 2,4 pontos percentuais
em relação a outubro.

Já a taxa cobrada dos consumidores
que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura (rotativo não
regular) subiu 5,7 pontos percentuais, indo para 296,8% ao ano.

O rotativo é o crédito tomado pelo
consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O
crédito rotativo dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições financeiras
parcelam a dívida.

Em abril, o Conselho Monetário
Nacional (CMN) definiu que clientes inadimplentes no rotativo do cartão de
crédito passem a pagar a mesma taxa de juros dos consumidores regulares. Essa
regra entrou em vigor em junho deste ano.

Mesmo assim, a taxa final cobrada de
adimplentes e inadimplentes não será igual porque os bancos podem acrescentar à
cobrança os juros pelo atraso e multa.

Modalidades
caras

As taxas do cheque especial e do
rotativo do cartão são as mais caras entre as modalidades oferecidas pelos
bancos. A do crédito pessoal, por exemplo, é mais baixa: 122,9% ao ano em
novembro, com redução de 3,1 pontos percentuais na comparação com o mês
anterior. A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento)
chegou a 24,3% ao ano, estável em relação a outubro.

A taxa média de juros para as
famílias caiu 0,3 ponto percentual para 51,6% ao ano. A taxa média das empresas
caiu 0,1 ponto percentual, atingindo 20,3% ao ano.

Inadimplência

A inadimplência do crédito,
considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas, chegou a 4,8%, com
redução de 0,1 ponto percentual. No caso das pessoas jurídicas, houve recuo de
0,1 ponto percentual para 3%. Os dados são do crédito livre em que os bancos
têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado.

No caso do crédito direcionado
(empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos
setores habitacional, rural e de infraestrutura) os juros para as pessoas
físicas subiram 0,1 poto percentual para 7,7% ao ano. A taxa cobrada das
empresas caiu 0,5 ponto percentual para 9,2% ao ano. A inadimplência tanto das
pessoas físicas quanto das empresas caiu 0,1 ponto percentual para 1,6% e 2%,
respectivamente.

Saldo
dos empréstimos

Em novembro, o estoque de todos os
empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 3,202 trilhões, com aumento de
1,1% no mês e de 3,6% no ano. Em 12 meses, a expansão chegou a 4,4%. Para este
ano, segundo previsão divulgada em setembro, o BC projeta crescimento do
crédito em 4%.

Esse estoque do crédito corresponde a
46,8% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB) – com aumento
de 0,2 ponto percentual em relação a outubro. Em 12 meses, houve recuo de 0,2
ponto percentual.

Projeções
para 2019

Para próximo ano, o BC espera por uma
expansão maior do saldo do crédito, em 6%. No segmento de pessoas físicas, a
estimativa é de alta de 7% no estoque de empréstimos, “em linha com a
aceleração do consumo das famílias”, segundo o Relatório de Inflação, divulgado
no último dia 20. Para pessoas jurídicas, a projeção é de expansão de 5%,
“influenciada, entre outros fatores, pela continuidade do processo de captação
de recursos por parte das empresas nos mercados externo e de capitais, em
substituição aos recursos do SFN (Sistema Financeiro Nacional)”.

A carteira de crédito livre deve
crescer 10,5% e os empréstimos do segmento direcionado, 1%.


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