Enfiou o “pé na jaca” durante o feriado? Veja o que fazer para encurtar a ressaca!

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 9 de junho de 2022 às 06:00
  • Modificado em 8 de junho de 2023 às 17:22
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A ressaca é o resultado de uma intoxicação pelo álcool. Água, refeições leves e repouso ajudam a sobreviver no dia seguinte, mas não há remédio para prevenção

Durante as festas de fim de ano muita gente se excede na comida e, principalmente, na bebida – foto Freepik

Dor de cabeça, mal-estar, gosto ruim na boca, sede excessiva, enjoo, cansaço. Se você acordou com esses sintomas após beber demais no dia anterior, feriadão, provavelmente o diagnóstico é um só: ressaca.

Muita gente vai passar o dia seguinte à festa procurando a cura para essa sensação desconfortável.

No entanto, as notícias não são boas. Não existe um remédio ou uma receita mágica para prevenir ou curar a ressaca e, segundo especialistas, os sintomas podem ter uma duração de oito a doze horas. Para o oressacado, só resta esperar passar.

O que é a ressaca e por que ela provoca um mal-estar no dia seguinte?

A ressaca é o resultado de uma intoxicação pelo álcool.

Raymundo Paraná, médico hepatologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), explica que o primeiro passo de metabolização do álcool passa pelo estômago, por uma enzima chamada álcool desidrogenase.

“Cada pessoa tem uma quantidade diferente e é como se essa enzima fosse a primeira passagem que modula a quantidade de álcool que vai chegar ao fígado”.

“No fígado, o álcool se transforma em acetaldeído – um composto que causa desidratação celular, pode agredir as células e dá a sensação de mal-estar”, diz o hepatologista, que também é pesquisador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR).

Christian Morinaga, gerente do Pronto Atendimento do Hospital Sírio-Libanês, lembra que não existe uma quantidade segura para não ter ressaca, mas quanto mais álcool ingerimos, maior a chance e a intensidade da ressaca. O médico ressalta que o tema também não é brincadeira.

É muito importante ressaltar que a ressaca é um dos sintomas do uso abusivo do álcool e, portanto, sua recorrência deve servir como um alerta acerca do uso não saudável da substância.

A ingestão exagerada de álcool também pode levar a consequências mais graves, para além da ressaca, como o coma alcoólico.

“O indivíduo apresenta uma intoxicação e embriaguez num grau elevado e isso faz com que ele deprima o Sistema Nervoso Central (SNC) e entre em coma. O álcool em excesso também pode causar arritmias em pessoas com predisposição”, alerta Paraná.

Tem tratamento? Dá para prevenir?

Como dissemos acima, não existe um tratamento específico para a ressaca. Morinaga diz que o mais importante é:

– Manter repouso;
– Tentar manter uma boa hidratação;
– Evitar o jejum e fazer refeições leves (comida gordurosa pode piorar os efeitos da ressaca);
– Utilizar analgésicos simples (em casos de dor de cabeça ou dor); e
– Tomar medicamentos antieméticos (contra o enjoo).

E tem como prevenir? A pessoa pode optar por dois caminhos: não beber ou beber moderadamente, sem excessos. Além disso, os especialistas dão algumas dicas que podem ajudar a amenizar os sintomas:

– Evite beber de estômago vazio (o que acelera a absorção do álcool);
– Evite beber quando o sono não está regular. “Pessoas que bebem após período longo de privação de sono tendem a ter mais sintomas de ressaca”, alerta Morinaga;
– Hidrate-se durante o consumo de álcool – o ideal é um copo de água para cada dose de bebida. A água ajuda a diluir o álcool no estômago e a chance de ficar muito intoxicado é menor.

Mito ou verdade?

– Misturar vários tipos de bebidas alcoólicas piora a ressaca? Não piora nem melhora. O que vai importar é a quantidade de álcool que você consumiu e a sua suscetibilidade.
– As mulheres são menos resistentes ao álcool? É verdade. As mulheres têm menos quantidade de álcool desidrogenase – enzima que modula a quantidade de álcool que vai chegar ao fígado.
– Depois dos 30 anos, a ressaca é pior? Não. É uma verdade relativa. O álcool desidrogenase vai diminuindo com a idade, mas isso costuma ocorrer entre 40 e 50 anos.
– Vomitar ajuda a passar a ressaca? Não. O vômito pode aliviar o desconforto pela distensão do estômago, mas pode induzir à perda de sais minerais e desidratação. Em geral, os sintomas da ressaca só aparecem depois que todo o álcool ingerido já foi absorvido e metabolizado.
– Existe bebida boa e bebida ruim? Existem bebidas que são mais impuras, que trazem não só o álcool, mas outras substâncias que podem gerar mais intolerância e sintomas.

Bebidas mais “qualificadas” têm menos impurezas e reduzem riscos de agentes adicionais à intoxicação, além do álcool. Mas vale lembrar: o mais importante é sempre a quantidade de álcool que você bebeu.

*Informações G1


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