É provável que venha outra onda de calor em outubro, mais forte do que a última

  • Teo Barbosa
  • Publicado em 29 de setembro de 2023 às 19:00
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A primavera deve continuar com cara de verão nos próximos meses; um dos responsáveis pelas altas temperaturas é o El Niño

A primavera deve continuar com cara de verão nos próximos meses. E um dos responsáveis pelas altas temperaturas é o El Niño.

A meteorologista do Climatempo, Josélia Pegorim, explica que o fenômeno caracterizado pela elevação da temperatura média da água do Oceano Pacífico em pelo menos 0,5 grau por três meses consecutivos, aliado as características da estação, como maior aquecimento no Hemisfério Sul, possibilitarão novas ondas de calor.

“É muito provável que tenhamos outra onda de calor em outubro e que poderá ser mais forte do que essa última que terminou em 26 de setembro. A primavera já é uma época natural de maior aquecimento no Hemisfério Sul e no Rio de Janeiro. O El Niño vai acentuar a irregularidade da chuva, o que vai permitir mais dias com sol forte na primavera”, explica Pegorim.

O El Niño é uma oscilação natural do clima, caracterizada pela elevação da temperatura média da água do Oceano Pacífico em pelo menos 0,5 grau por três meses consecutivos. A última vez que ele ocorreu foi em 2019, que bateu o recorde com os 41,6 graus em Irajá, de acordo com o Alerta Rio. Os verões e primaveras de 2020 a 2022 foram influenciados pelo fenômeno oposto, o La Niña, provocando chuvas intensas no estado e no Grande Rio.

Dias mais quentes

Num contexto de mudança climática, as ondas de calor dessa primavera podem provocar dias mais quentes que o próprio verão, segundo Núbia Beray, coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Geografia do Clima (GeoClima) da UFRJ e do Observatório do Calor.

“Esse padrão de interação do El Niño com a primavera gerou dias em sequência muito quentes, às vezes pode ser até mais que o verão. O que a gente viu é bem típico: temperaturas máximas acima da média, e umidade do ar alta. Isso aumenta o desconforto térmico, porque a sensação é de afogamento no calor. Como o ar fica saturado e mais úmido, o suor acaba evaporando menos e o corpo fica com uma camada de água, prejudicando a regulação natural. É sauna”, enfatiza Núbia.

Na quarta-feira, em que a sensação térmica no Rio na rua chegou aos 47,5ºC, dentro de um ônibus o calorão foi ainda pior. A equipe do jornal O Globo usou um termômetro para constatar que, no banco do motorista, que fica ao lado da tampa motor do coletivo, a temperatura chegava aos 53ºC.


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