Dezembro Vermelho: infectologista do Hapvida explica a diferença do vírus HIV e AIDS

  • Teo Barbosa
  • Publicado em 17 de dezembro de 2021 às 11:00
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Infectologista do Sistema Hapvida, Ana Raquel de Seni, destaca importância de ter informação, enfatizando a prevenção combinada

A infectologista do Sistema Hapvida, Ana Raquel de Seni, destaca como é importante ter informação sobre o assunto

Criada a partir da Lei 13.504, a campanha Dezembro Vermelho marca a mobilização nacional sobre prevenção ao vírus HIV, AIDS e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis).

Neste contexto, a infectologista do Sistema Hapvida, Ana Raquel de Seni, destaca como é importante ter informação sobre o assunto, enfatizando a prevenção combinada.

Muitas pessoas não sabem a diferença entre o vírus HIV e a AIDS, por exemplo. Por isso, a infectologista explica:

Explicação

“O HIV é o vírus da imunodeficiência humana e tem a característica de atacar o sistema imunológico. Assim, a imunidade fica mais frágil e o organismo fica mais suscetível a infecções que seriam facilmente combatidas por um sistema imunológico competente”.

Segundo ela, a AIDS, que é a doença causada pelo vírus HIV, ocorre quando há o comprometimento do sistema imunológico e pode manifestar-se com doenças graves, que geralmente acometem o pulmão, o cérebro e os olhos. São provocadas por fungos, parasitas, bactérias e vírus.

Ana Raquel afirma que o vírus HIV é transmitido, principalmente, em relações sexuais; da mãe para o filho durante a gestação e o parto; e através do sangue.

Tratamento

Hoje, no Brasil, o tratamento para o HIV é fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de forma gratuita.

“Ele é composto por comprimidos. Hoje, temos a possibilidade de esquemas com um número reduzido de comprimidos e muito potentes, com poucos efeitos colaterais. A pessoa que faz o tratamento adequado por seis meses ficará com a carga viral indetectável e não transmite o HIV”, relata a infectologista do Hapvida.

Em relação à prevenção da infecção pelo vírus HIV, a médica frisa que hoje se fala em prevenção combinada, que consiste:

a) – utilização de preservativos, tanto feminino quanto masculino nas relações sexuais;

b) – medicamentos antirretrovirais, que previne o HIV de grupo contínuo para grupos específicos, a chamada PREP;

c) – na utilização dos medicamentos para prevenção do HIV após exposições sexuais de risco e violência sexual, que é a chamada PEP;

d) – o uso de medicações para gestantes que têm o teste positivo para HIV, para prevenir a transmissão do HIV para o recém-nascido, seja durante a gestação ou no parto e o uso desses medicamentos também pelo recém-nascido.

Prevenção

“Além disso, temos o tratamento para todos os portadores do HIV, pois tratar é uma forma de prevenção, bem como a testagem”, diz.

Segundo a médica, foram muitos ganhos alcançados nesses 40 anos, com o tratamento potente, seguro e simplificado, a fim de diminuir o preconceito e estigmas associados à doença.

“Principalmente porque, muitas vezes, quando uma pessoa faz o diagnóstico do HIV é como se recebesse uma sentença de morte. Então, este é um momento de desmistificar essa questão”, afirma.

Acompanhamento psicológico

Por ser uma doença crônica, que ainda não possui uma cura definitiva, o diagnóstico do HIV acaba gerando um sofrimento psíquico para as pessoas que o recebem.

Sentimentos de incertezas em relação ao futuro são um deles, sendo que muitos ainda associam o HIV e a AIDS como sinônimos de morte, e essa ideia precisa ser mudada.

“O tema HIV ou AIDS ainda é um tema que gera tabu na nossa sociedade, as pessoas pouco falam, têm pouco entendimento, muitas vezes, e algumas crenças antigas e limitantes ainda estão muito presentes quanto ao contágio, os efeitos ou ao tratamento”, frisa a psicóloga do Sistema Hapvida Ivana Teles.

Emocional

“E para quem tem esse diagnóstico, isso acaba sendo uma fonte intensa de adoecimento emocional. A partir daí a gente percebe a importância do acompanhamento psicológico”, continua a psicóloga.

“Afinal de contas, por ser um tabu, muitas pessoas que recebem o diagnóstico preferem não falar sobre o assunto e isso acaba trazendo ainda mais angústia, tristeza, preocupação e ansiedade”, afirma.

Por isso, segundo ela, o apoio psicológico é necessário. “Reelaborar essa situação é um ponto importante, afinal, a gente sabe que existe um tratamento e é possível viver sim com o vírus, sem que isso traga grandes prejuízos, ou uma grande interferência, desde que esteja sob controle”, conclui.


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