Conheça os cinco sinais que mostram que a saúde do homem não está bem

  • F. A. Barbosa
  • Publicado em 9 de novembro de 2021 às 21:00
  • Modificado em 10 de novembro de 2021 às 00:16
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A proporção de mulheres (82,3%) que consultaram médico foi superior a dos homens (69,4%)

A proporção de mulheres (82,3%) que consultaram médico foi superior a dos homens (69,4%)

A campanha Novembro Azul é dedicada à conscientização para a saúde integral do homem. Ainda hoje, persiste o hábito masculino de procurar atendimento médico apenas diante de uma doença, o que pode ser prejudicial à saúde.

À questão cultural, soma-se o medo do diagnóstico de uma doença, o que colocaria em xeque a crença de uma suposta invulnerabilidade.

O foco no trabalho e o funcionamento dos serviços de saúde em horários que se chocam com o período do expediente também são fatores que afastam os homens dos consultórios.

“O homem é educado e tem toda a sua formação baseada em ser forte, não sentir dor, ser arrimo de família. Estamos pagando um preço muito alto por isso”, destaca Marlene Oliveira, idealizadora da campanha Novembro Azul e presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida.

Fator cultural

Um estudo realizado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou que entre os principais motivos para a baixa procura masculina estão questões relacionadas ao trabalho, à dificuldade de acesso aos serviços e à falta de unidades especificamente voltadas para a saúde do homem.

A pesquisa nacional de saúde do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2019, apontou que a proporção de mulheres (82,3%) que consultaram médico foi superior à dos homens (69,4%).

De acordo com o estudo, 159,6 milhões (76,2%) de pessoas haviam se consultado com um médico, no país, nos últimos 12 meses anteriores à realização da pesquisa.

Conhecimento próprio

Além do acompanhamento médico regular, o conhecimento do próprio corpo também é fundamental para a identificação de possíveis alterações.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a cada três mortes de adultos no Brasil, duas são de homens. No Brasil, os homens vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres e também apresentam mais doenças do coração, câncer, diabetes, além de níveis de colesterol e pressão arterial mais elevados, segundo a Opas.

Especialistas consultados pela CNN alertam que ignorar um sintoma físico ou mental pode trazer prejuízos para a saúde a longo prazo.

Indicativos

Conheça cinco indicadores que apontam que a saúde do homem não vai bem e sugerem a necessidade de buscar atendimento especializado.

1. Dores de cabeça persistentes

Entendidas como um problema corriqueiro, as dores de cabeça tendem a ser ignoradas. Na tentativa de se livrar do incômodo, muitas pessoas optam por tomar remédios por conta própria.

Os medicamentos podem aliviar o sintoma por um determinado momento. No entanto, especialistas explicam que o hábito pode apenas esconder um problema maior que precisa ser investigado mais profundamente.

O estresse e a ansiedade, por exemplo, são fatores que podem provocar as dores de cabeça.

Os distúrbios afetam a qualidade do sono e atrapalham a concentração, ampliando o cansaço do corpo e da mente. Ignorar sintomas associados à saúde mental pode tornar mais difícil o tratamento de doenças como a depressão, o transtorno de ansiedade generalizada e o estresse crônico.

2. Falta de energia

A sobrecarga de trabalho, a má alimentação e a privação do sono contribuem para o cansaço excessivo, a fadiga, e para a sensação de falta de energia para as atividades cotidianas.

Indivíduos adultos devem dormir de sete a nove horas por noite para alcançar a restauração completa do organismo. A falta de sono pode trazer prejuízos para a memória, concentração, desempenho no trabalho e no humor.

Entre as principais causas da privação do sono estão o estresse e a ansiedade, o consumo excessivo de álcool e de cafeína, além de distúrbios como a própria insônia, a apneia e a síndrome das pernas inquietas.

A baixa qualidade do sono favorece o surgimento de doenças como diabetes, obesidade, pressão alta, problemas cardíacos, além da redução da imunidade.

3. Irritabilidade excessiva

De acordo com o médico endocrinologista Filippo Pedrinola, é preciso ter atenção ao diferenciar a irritação comum do dia a dia de quadros em que a irritabilidade se torna excessiva.

“A irritabilidade em excesso significa algum desequilíbrio, normalmente ligado aos neurotransmissores cerebrais”, disse.

Segundo o médico, o desequilíbrio hormonal geralmente está associado ao estresse crônico.

Durante uma situação de estresse, o corpo aumenta a produção de hormônios específicos, como o cortisol e a adrenalina, de modo a preparar o organismo humano para reagir em defesa diante de uma ameaça, por exemplo.

4. Perda de peso repentina

A atenção à balança é um cuidado que deve fazer parte da rotina na atenção à saúde integral. A perda de peso significativa pode estar associada a diferentes problemas de saúde, incluindo alterações gastrointestinais, doenças infecciosas e inflamatórias, câncer, e disfunções hormonais.

Problemas no intestino podem prejudicar a absorção de nutrientes pelo organismo, levando ao rápido emagrecimento.

5. Falta de desejo sexual

Embora seja um tema difícil de ser debatido, por questões culturais, a falta de desejo sexual também é um problema comum entre os homens.

Cerca de metade dos homens com mais de 40 anos apresentam queixas associadas à perda de ereção, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia.

A redução da libido está relacionada principalmente a fatores psicológicos, que vão desde os problemas no relacionamento a distúrbios como ansiedade e depressão.

“Não procurar o médico ou se automedicar acaba mascarando um quadro de ansiedade e insegurança. Muitas vezes, o gatilho para a perda de libido ou da ereção é emocional, como pensamentos automáticos e repetitivos que são negativos”, diz Filippo.

Segundo o urologista Carlo Passerotti, as causas da perda de desejo sexual também incluem o uso de medicamentos, como antidepressivos, e a baixa concentração de testosterona no sangue.

“Há uma parte hormonal por trás do desinteresse sexual que pode ser investigada. Normalmente, alterações hormonais, como a queda de testosterona e dos hormônios masculinos levam a uma falta de interesse sexual. A redução da testosterona pode estar associada a remédios, cirurgias, principalmente no testículo, além de estresse e cansaço”, disse Carlo.

A partir dos 40 anos, os homens apresentam uma diminuição gradativa da produção da testosterona pelo organismo, que dá início à andropausa. O fenômeno é diferente da menopausa, que atinge as mulheres, que leva a uma queda mais drástica dos hormônio femininos, como o estrogênio e a progesterona.

“A andropausa pode levar a diversos sintomas, como falta de desejo sexual, piora da ereção, desânimo, cansaço e perda de massa muscular”, explica. “As medidas de prevenção envolvem ter uma vida saudável. A obesidade é uma das coisas que diminuem a testosterona. Dormir bem, comer bem, fazer exercícios regularmente aumenta a testosterona”, conclui.

Leia esta matéria também no site da CNN Brasil:

https://www.cnnbrasil.com.br/saude/novembro-azul-conheca-cinco-indicadores-de-que-a-saude-do-homem-nao-vai-bem/


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