Agora eu te pergunto, quem é você na essência?

  • COACH & LUZ
  • Publicado em 7 de fevereiro de 2022 às 21:57
  • Modificado em 7 de fevereiro de 2022 às 21:57
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Maria era uma dessas mulheres “pau pra toda obra”, como diz o ditado.

Bastava solicitar e lá estava ela. Era considerada a melhor amiga, conselheira, a melhor funcionária, a vizinha dos sonhos, a filha que qualquer um queria ter, ela estava sempre com um sorriso no rosto.

Pra ela não tinha hora e nem dia e todo lugar estava ótimo, para ela nunca existiu pessoa ruim e quando acontecia as fofocas ela sempre complementava dizendo “não é bem assim”, “mas tem o lado bom”, ” acho que você se enganou”, “eu tenho certeza que isso tem um lado bom”.

Para cada ocasião, Maria tinha uma palavra, uma maneira de apaziguar tudo e fazer com que todos que estavam à sua volta se sentissem bem.

E quantas vezes ela foi dormir chorando, porque tinha sido decepcionada ou subestimada. Quantos comentários maldosos rondavam a sua pessoa. Quantas vezes ela sorriu quando na verdade ela estava se sentindo a mais idiota do mundo.

Na verdade, Maria buscava desesperadamente ser aceita, ser amada, ser acolhida e por isso tinha uma coleção de máscaras que serviam para cada ocasião que ela acreditava estar encontrando isso em alguma pessoa que cruzava seu caminho.

Com o passar do tempo, tudo foi ficando pesado demais e em uma tarde ela estava navegando pelas redes sociais e leu a seguinte pergunta: Quem é você na essência?

E aquela inocente frase lhe pareceu uma afronta, um diploma de boba da corte. Ela conhecia tudo e todos menos a si mesma. Atrás daquela pergunta vieram muitas outras. As respostas não a deixaram contente.

Foi difícil responder, por exemplo:

Por que não disse NÃO para aquela pessoa, naquele dia?

Por que fui naquele lugar que eu na verdade nem queria?

Por que eu comprei aquela roupa que eu nem gostei?

Por que eu não dei tal resposta?

Por que eu negligenciei meu sorriso, para ver o sorriso de pessoas que nem se importavam comigo?

Por que entreguei momentos preciosos da minha existência para pessoas e situações que na verdade nunca perderam segundos comigo?

Porque, porque, porque?

Maria poderia até ser carente, solitária e com amor próprio a 0, mas não era boba. Rapidinho, ela tomou a decisão de sair daquele lugar, iniciou um processo de resgate pessoal e incrivelmente decepcionou algumas pessoas, mas nunca mais a si mesma.

Maria escancarou a porta do seu armário secreto, onde continha uma coleção de máscaras e gentilmente passou a usar uma única que lhe caia bem. A mais perfeita e bonita de todas — A PESSOA FELIZ E REALIZADA.

Aos poucos ela foi entregando as outras máscaras para os seus reais donos e, incrivelmente, ela descobriu que  existiam pessoas que por muito tempo alimentaram relacionamentos tóxicos com ela simplesmente por que ela permitiu.

Aquela simples pergunta trouxe uma expansão de consciência que a levou ao autoconhecimento, arrancando-lhe de uma vez por todas do auto inventamento que ela teria escolhido no passado.

Desde então os sorrisos ficaram mais fáceis e leves, os amigos mais leais, as manhãs mais otimistas e suas tardes repletas de merecimento. Ela fez um pacto definitivo com a felicidade e passou a ser o seu maior compromisso. Ela fechou aquele armário e jogou chave fora.

E quantas Marias nesse momento estão zelando da sua coleção de máscaras, para esconder a sua carência, desconsiderar os traumas do passado e evitar passar por processos de evolução pessoal?

Agora eu te pergunto, quem é você na essência?

“Escrever a própria essência é contá-la toda, o bem e o mal. Tal faço eu, à medida que me vai lembrando e convindo à construção ou reconstrução de mim mesmo”. Machado de Assis

 


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