Cientistas brasileiros desenvolvem óleogel para substituir gordura trans e saturada

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 25 de abril de 2022 às 10:00
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Segundo pesquisadores do Departamento de Engenharia de Alimentos, o gel poderá ser usado em sorvetes, embutidos, margarinas e biscoitos

A professora da Unicamp, Rosiane Lopes da Cunha, mostra o óleogel (Foto: InovaUnicamp)

Pesquisadores da Unicamp, Universidade Estadual de Campinas, no interior de São Paulo, desenvolveram o óleogel, um gel que pode substituir as gorduras trans e saturadas e ser usado na fabricação de alimentos mais saudáveis.

O produto é feito de óleos de soja, linhaça ou girassol e promete ser menos prejudicial ao coração e ao cérebro, já que reduz as chances de acidente vascular cerebral (AVC).

O gel de óleo vegetal é capaz de substituir gordura saturada em pães e sorvetes e reduzir riscos à saúde. A pesquisa do “OléoGel’ foi publicada em duas revistas científicas.

Como foi criado

O “oleogel” foi criado a partir dos óleos tradicionais de gordura insaturada, que aumentam os níveis do colesterol HDL, popularmente chamado de colesterol bom. Segundo os pesquisadores do Departamento de Engenharia de Alimentos, o gel poderá ser usado em sorvetes, embutidos, margarinas e biscoitos.

Para dar mais consistência ao produto, a pesquisa da Universidade Estadual de Campinas usou uma cera natural extraída de frutas vermelhas, além de um emulsificante a base de soja para garantir a mistura.

Saudável

“O que a gente procurou aqui é que fosse saudável, mas que mantivesse as características que o consumidor está acostumado no seu alimento tradicional. Ele é um sólido, embora mais de 90% seja de óleo líquido”, explicou a professora da Faculdade de Engenharia de Alimentos, Rosiane Lopes da Cunha.

Os pesquisadores indicam que o gel pode ser usado na indústria alimentícia para compor a textura dos alimentos, papel que atualmente é das gorduras saturadas.

Parece banha ou toucinho

Segundo Rosiane, o novo produto tem uma textura familiar, bem parecida com a da banha, por exemplo.

“Nós pegamos um óleo comum, aquele que a gente usa na cozinha, e transformamos em um gel que é parecido com uma gordura sólida, como banha ou toucinho, que a gente também conhece”.

Agora, a meta é buscar métodos para introduzir o gel na indústria.

“Existe uma série de indústrias que podem se beneficiar dessa tecnologia: a indústria de produtos panificados, os biscoitos, recheios de biscoito… Os produtos como salame, mortadela, presunto. As margarinas, os chocolates, os sorvetes”, completou a professora.

(Com informações da Unicamp, Agência Brasil e portal Só Notícia Boa)


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