Ciclone com ventos de 102 km/h na segunda-feira coloca o Brasil na rota de furacões

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 30 de junho de 2021 às 14:30
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

A diretoria de Hidrografia Naval da Marinha do Brasil classificou o ciclone como uma tempestade subtropical, ou seja, um ciclone híbrido

Ciclone na fronteira do Brasil com o Uruguai formou um olho na noite de segunda-feira (Imagem de satélite NOAA)

Os tempos estão mudando e o Brasil, que era imune a ocorrências catastróficas, entra na rota de ciclones e furacões de alta intensidade, gerando até debate mundial no mundo da meteorologia.

O ciclone inicialmente extratropical que se formou junto à frente fria adquiriu características atípicas entre a tarde e a noite da segunda-feira na foz do Rio da Prata.

O ciclone segregou da frente fria, ou seja, deixou de estar conectado à frente e passou a se deslocar independente da trajetória do sistema frontal.

Além disso, ganhou organização e passou a apresentar convecção ao redor do seu centro de circulação, inclusive formando um olho.

Marinha

A Diretoria de Hidrografia Naval da Marinha do Brasil (DHN) em sua carta sinótica das 21h de segunda-feira (0Z) classificou o ciclone na costa do Uruguai e a Sudeste do Chuí como uma tempestade subtropical, ou seja, um ciclone híbrido, com centro quente em superfície e frio em altitude.

A pressão indicada era de 988 hPa com vento sustentado de 45 nós (83 km/h) e rajadas de 50 nós (93 km/h).

Em boletim, entretanto, a agência meteorológica dos Estados Unidos (NOAA) indicou que o sistema passou por uma transição de subtropical para tropical (centro totalmente quente) na noite da segunda-feira.

O comunicado observa a formação de um olho no sistema após 20h30 da segunda (hora de Brasília) e o resfriamento dos topos das nuvens ao redor do centro de circulação (CDO), indicando uma intensificação por convecção (instabilidade).

Monitorado

O boletim classifica o sistema como Invest, o que significa que passou a merecer monitoramento e coleta de dados pelos centros de previsão de ciclones tropicais, e ainda estima a intensidade do ciclone pela técnica de Dvorak para ciclones tropicais a partir das imagens de satélite em 3,5.

O número corresponde no caso do Atlântico a uma tempestade subtropical com vento sustentado de 102 km/h.

Isso coloca o sistema no limite superior de uma tempestade tropical e perto do estágio de furacão que é a partir de 4.0 na escala de Current Intensity (CI) na técnica Dvorak.

Veja mais informações no vídeo:


+ Tempo