Câncer de pele: couro cabeludo pode ser afetado por tumor; veja quais cuidados tomar

  • Dayse Cruz
  • Publicado em 14 de janeiro de 2024 às 22:00
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Chapéus e bonés formam uma barreira física contra os raios solares e devem ser usados principalmente por calvos, carecas e pessoas com cabelo rarefeito

Couro cabeludo merece atenção especial durante exposição ao sol para evitar o câncer de pele – foto Freepik

 

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pele é o mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país — o que nas novas estimativas para o triênio 2023-2025 corresponde a 211 mil casos por ano.

Esse tipo de câncer é causado pelo crescimento incomum de células na pele, formando camadas que determinam o tipo da doença.

O verão, por conta das altas temperaturas e forte incidência da luz do sol, é o período em que mais ouvimos falar sobre a doença, entretanto, mesmo com todos os cuidados, algumas pessoas esquecem de proteger áreas como o couro cabeludo, que também é atingido pelos raios ultravioleta e pode desenvolver câncer de pele.

Pessoas que possuem menos cabelos ou fios mais finos acabam expondo mais a região, dessa forma, é preciso passar protetor solar na área e, de preferência, usar boné ou chapéu para redobrar a proteção — orienta o dermatologista Bruno Lages, da Clínica Otávio Macedo & Associados de São Paulo, que é especialista em Tricologia e Transplante Capilar pela Faculdade de Medicina do ABC.

A região do couro cabeludo possui uma pele mais delicada, o que pode aumentar a chance de queimaduras devido à exposição ao sol e também o risco de desenvolvimento do câncer de pele.

A recomendação dos médicos e especialistas é usar protetor solar na cabeça também. O fator de proteção do produto deve ser, no mínimo, de 50 FPS e precisa ser aplicado 30 minutos antes da exposição ao sol e reaplicado a cada duas horas.

Além disso, nunca se deve usar o produto vencido, pois prejudica a eficácia da proteção e pode trazer riscos para a pele.

Sintomas do câncer de pele

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, os sintomas do câncer de pele costumam se manifestar na forma de:

– manchas ou feridas que não cicatrizam em até quatro semanas e apresentam coceiras ou sangramentos;
– pintas pretas ou castanhas que mudam de cor, textura e tornam-se irregulares e crescem de tamanho;
– lesões de aparência elevada com crosta central e sangramento constante.

Normalmente, essas manchas, feridas, pintas e lesões aparecem em locais expostos ao sol diariamente, mas podem surgir em qualquer parte do corpo.

Há um método comumente indicado por profissionais para que seus pacientes possam identificar sinais suspeitos em seus corpos, o ABCDE. Neste teste é preciso se preocupar caso o sinal esteja dentro dos seguintes critérios:

– Assimetria em sua forma, que pode representar um tumor maligno;
– Bordas irregulares;
– Cor acima dos dois tons da pele, normalmente preto;
– Diâmetro maior que 6 milímetros;
– Evolução de tamanho, forma e cor.

Nesses casos, é preciso procurar um médico imediatamente.

Qualquer pessoa pode desenvolver o câncer de pele, mas existem alguns motivos que podem aumentar o risco de aparecimento da doença.

A maioria dos casos são registrados em adultos com mais de 40 anos e alguns fatores de risco são: pele e olhos claros; exposição intensa e intermitente ao sol; bronzeamento artificial; histórico familiar; e doenças cutâneas prévias.

Quais os tipos de câncer de pele?

Carcinoma basocelular (BCB): o tipo mais comum, com baixa letalidade e alto índice de cura caso seja detectado precocemente.

Tende a surgir na camada mais profunda da epiderme (a camada superior da pele) e se apresenta como uma espinha, machucado ou ferida. Está englobado na classificação de câncer de pele não melanoma.

Carcinoma espinocelular (CEC): também de baixa letalidade, costuma se desenvolver em áreas como rosto, couro cabeludo e pescoço.

Atinge as células escamosas, responsáveis por formar a maior parte das camadas superiores da pele — causando enrugamento, perda de elasticidade e sinais de dano solar. Está englobado na classificação de câncer de pele não melanoma.

Melanoma: origina-se nas células produtoras de melanina, que determinam a coloração da pele. Em geral, aparece como uma pinta ou um sinal na pele, que, com o tempo, muda de cor e pode causar lesões.

Apesar de ser o tipo mais agressivo de câncer de pele, com o tratamento correto as chances de cura beiram os 90%.

É o tipo mais grave, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (disseminação do câncer para outros órgãos). Pessoas com casos na família devem ir ao dermatologista regularmente.

Fios e mechas de cabelo precisam de cuidado extra durante o verão

O verão é uma época em que naturalmente há uma exposição maior a fatores que podem prejudicar a saúde dos cabelos.

Assim como o sol pode danificar a pele, ele também prejudica os fios, alerta o dermatologista Bruno Lages, da Clínica Otávio Macedo & Associados de São Paulo, que é especialista em Tricologia e Transplante Capilar pela Faculdade de Medicina do ABC.

O médico listou os principais cuidados que os fios precisam para terminar o verão bonitos e saudáveis. Veja a seguir.

Prenda os cabelos: Quando for à praia ou piscina, é bom prender os cabelos sem muita tração e usar um prendedor adequado. Isso ajuda a minimizar a exposição ao vento e o contato com o suor do corpo.

“O melhor é fazer tranças ou coques frouxos, pois a tração excessiva também é prejudicial aos fios, assim como os sais do suor”, orienta Lages.

Remova o excesso de sal ou cloro: Outra dica é sempre lavar os fios com água corrente após entrar no mar ou na piscina para remover os sais ou produtos químicos como o cloro.

Use protetor e acessórios: é importante aplicar produtos com filtro solar e também usar bonés e chapéus.

“Estudos mostram que a radiação UVA, UVB e luz visível causam alterações na cor e perda proteica da fibra capilar. Portanto, essas medidas são aconselháveis”, afirma.

Cuidados complementares: cabelos com química, como fios com luzes ou progressiva, demandam cuidados redobrados, já que já passaram por processo químico, submetidos à perda de proteínas e pontes estruturais da fibra capilar e estão mais fragilizados.

O especialista aconselha fazer uma reposição de queratina com máscaras específicas para este fim.

Já para os cabelos cacheados — que são naturalmente mais secos, pois o formato em espiral dificulta a chegada dos óleos produzidos no couro cabeludo para a extensão dos fios — ele recomenda o uso de cremes mais hidratantes antes e após a exposição solar.

*Informações O Globo


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