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As oficinas lidam com mais custos fixos, até na conta de energia elétrica, elevando ainda o que é cobrado pela mão de obra dos serviços
Rodar na reserva, com pneus murchos e sem líquido no radiador podem trazer quebras e prejuízos
A disparada dos preços dos carros nos últimos anos, sejam eles novos ou usados, fez com que um número maior de brasileiros adiassem ou até mesmo cancelassem os planos de comprar ou trocar de carro.
E, para quem já tem um, a má notícia é que não foram só os valores dos veículos que subiram, mas também para fazer a manutenção deles.
Esse movimento de aumento de preços atingiu também os setores de peças, e até de serviços, pois muitos componentes são importados e a desvalorização do real frente ao dólar pressionou os valores de tais peças.
As oficinas também estão lidando com maiores custos fixos, principalmente na conta de energia elétrica, elevando ainda o que é cobrado pela mão de obra dos serviços.
Então, está na hora de rever alguns antigos costumes para que o veículo dure mais tempo sem dar manutenção e, em consequência, prejuízos. Confira hábitos que podem detonar o carro e gerar uma conta alta na oficina:
Radiador não é lugar de água
Para ajudar a dissipar o calor gerado pela queima de combustível, o motor de seu carro usa um sistema de arrefecimento a líquido.
Só que, quando falamos de líquido, não estamos falando de água. No reservatório do carro é usada uma mistura de líquido específico de arrefecimento e água desmineralizada cuja proporção varia conforme a empresa fabricante.
Na hora de abastecer “a água do radiador”, você precisa ter alguns cuidados. Primeiro, é preciso medir o nível do reservatório sempre com o carro frio e em terreno nivelado. Nunca faça isso com o carro ligado ou no posto de gasolina, por exemplo.
Se precisar completar, já existem produtos que têm a mistura pronta para uso ou você faz a proporção sozinho.
Em todos os casos, nunca use água da torneira. Os minerais desse líquido acabam oxidando e correndo o sistema de refrigeração do carro de dentro para fora.
Abuso de embreagem
A dica é para quem tem carro manual: se você para na ladeira e impede o carro de descer controlando na embreagem, você acabará desgastando prematuramente a peça.
O mesmo serve para quem mantém o pé esquerdo no pedal de embreagem, pois a peça ficará sempre um pouco acionada e a embreagem vai embora mais cedo. Para trocá-la, você precisará separar o motor do câmbio, e esse serviço não costuma ser barato.
Descer embalado
Aqui a dica vale tanto para carros manuais quanto os automáticos. Em descidas de serra ou prolongadas, há o costume de se controlar a velocidade segurando apenas com os freios. Faça um favor para as pastilhas e os discos de freio do seu carro: use o câmbio para auxiliar na tarefa.
No carro manual, você pode reduzir uma ou até duas marchas. Com o giro mais alto e sem acelerar, a resistência do motor em ganhar rotação reduzirá a velocidade também.
Nos automáticos, você pode fazer a redução nas aletas atrás do volante —se disponível— ou na alavanca. Se o seu não tiver os emblemas “+” e “-” indicando essa possibilidade, procure pelas letras S, L, ou B, que forçarão o uso de marchas reduzidas. Se o seu automático usar números (D, 3, 2, 1, por exemplo), vá reduzindo conforme a necessidade.
A ideia é dividir a tarefa de frear o carro por centenas de metros ladeira abaixo entre os freios e o motor. Usar apenas o freio fará com que seus componentes superaqueçam e percam eficiência, o que é um risco de segurança. Na melhor das hipóteses, você estará diminuindo a vida útil dos componentes.
Rodar na reserva
A maioria dos carros já utiliza uma bomba de combustível elétrica para levar gasolina ou etanol do tanque até o motor. Para lubrificar a operação da bomba, utiliza-se o próprio combustível.
Então, quem sempre roda com a luz da reserva acesa poderá perder a bomba de combustível mais cedo ou mais tarde, já que não há tanto combustível passando para a lubrificação.
Além disso, em carros com mais tempo de uso, o tanque costuma acumular anos de detritos no fundo. Rodando na reserva, essa sujeira começa a ser sugada para dentro do motor.
Olha o óleo
Você lembra quando foi a última vez em que você trocou o óleo do motor do seu carro? Dependendo do caso, há um adesivo em seu para-brisa para lembrar.
Porém, nunca se apegue somente à quilometragem indicada para a troca. Óleo vence por tempo também e, no caso de lubrificantes minerais e semi sintéticos, isso ocorre em seis meses.
O óleo velho oxida, perde viscosidade e deixa de lubrificar o motor. Em última instância, a falta de lubrificação pode causar uma falha do motor.
Pneu murcho
A calibragem dos pneus não é item opcional. Rodar com pneus murchos vai aumentar o consumo de combustível e alterar as características de dirigibilidade de seu carro, o que pode afetar a segurança. O mesmo vale para pneus com pressão demais.
Procure no manual de seu carro ou em adesivos que geralmente estão disponíveis na porta do motorista pela calibragem correta do seu carro.
Segundo a CNN Brasil, ela varia conforme a carga que está sendo levada. Idealmente, isso é serviço para ser feito com os pneus frios e toda a semana. Aliás, não esqueça do estepe.