Planejamento estratégico: como realizar os sonhos e as metas para o novo ano?

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  • Publicado em 23 de dezembro de 2019 às 13:50
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:10
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Especialista em Gestão Estratégica e Negócios diz que determinação e disciplina são as palavras-chave

Jean Dunkl, especialista em gestão estratégica de negócios e sócio-fundador da CPD Consultoria Empresarial (Foto: Divulgação)

A contagem regressiva para 2020 já começou. Daqui a menos de 10 dias entra em cena um Ano Novo cheio de sonhos e esperança. 

Em meio à correria das férias, compra de presentes e viagens, muitas pessoas e empresas se preparam para novas realizações no calendário que se inicia. 

Mas o que é preciso fazer para as metas não ficarem só no papel ou simplesmente na lembrança da noite de Réveillon?

A resposta está na frase do filósofo romano Sêneca: “Não existe vento favorável a quem não sabe onde deseja ir”. Em outras palavras, é preciso fazer um Planejamento Estratégico.

“Para tudo em nossa vida precisamos de um planejamento e, de modo geral, planejar é algo simples, basta entendermos bem onde estamos, definir onde queremos chegar, em quanto tempo e como vamos fazer para que o objetivo seja alcançado”, explica Jean Dunkl, especialista em gestão estratégica de negócios e sócio-fundador da CPD Consultoria Empresarial.

O ponto de partida para fazer um planejamento é parar e realmente refletir. “O ideal é começar com três listas citando: quais são as 5 coisas que fiz esse ano e gostaria e deveria fazer no ano que vem; quais são as 5 coisas que eu não fiz e deveria ter feito e as 5 coisas que fiz e preciso abolir da minha rotina. Esse olhar atento das minhas atitudes serve para mostrar tudo de bom que trago para o Ano Novo e também para me ensinar, através dos erros que cometi”, explica Jean.

A metodologia do planejamento pode ser aplicada em qualquer momento da vida, pelas pessoas e empresas que tenham algum objetivo. Um estudante que almeja cursar universidade, um casal de noivos que planeja seu casamento, uma família que sonha em conhecer a Disney, uma cafeteria que quer ampliar o espaço, uma fábrica que quer exportar, entre outros.

“Quando entendemos o cenário em que estamos inseridos e o que de fato buscamos, conseguimos definir o direcionamento. Uma regrinha importante: a meta deve ser atingível e pode ser dividida em várias etapas, por exemplo, uma família que quer conhecer os EUA deve agendar a data da viagem, calcular os gastos e guardar um pouco todo mês até o dia do passeio”, diz o especialista em gestão.

Na teoria tudo funciona, mas na prática, na correria do dia a dia, as metas podem se perder no meio do caminho. Então qual o segredo para não desmotivar e manter o otimismo até a realização do objetivo?

“As palavras-chave são determinação, que faz a gente se manter alinhado com o nosso objetivo, que a gente não se enfraqueça, e disciplina, porque tão importante quando planejar é executar. Posso ter uma meta bem definida, mas se eu não fizer nada no dia a dia, sem ação o planejamento não acontece. Brinco que são duas ações: o planejamento e o ‘fazejamento’”, diz Jean.

Planejamento corporativo

Nas empresas, o planejamento estratégico envolve questões como a missão, a visão e os valores em que se baseiam a organização a ser planejada, qual o seu porte, o mercado e o público-alvo.

Segundo Jean Dunkl, especialista em gestão estratégica de negócios e sócio-fundador da CPD Consultoria Empresarial, com o dinamismo do mercado os planejamentos precisam ser pensados em períodos mais curtos, vislumbrando objetivos de longo prazo, mas com ações realizadas em várias etapas. “O que em tempos passados se levava até 20 anos para alcançar, hoje pode ser alcançado em 5 anos. Pequenos períodos facilitam a mensuração e atualização das estratégias, caso seja necessário”, avalia.

Vale ressaltar a importância de envolver todos os funcionários na estratégia. “Uma das metodologias de gestão que defendo é a horizontalizada, onde todos os envolvidos participam, ouvindo representantes dos três principais pilares das empresas, o estratégico, o tático e o operacional. Afinal, cada vez mais as decisões e direcionamentos são tomados somando as experiências de todos os colaboradores”, afirma o especialista.

No mundo corporativo, o planejamento precisa ser mais abrangente. “O empreendedor precisa entender as diversas áreas da empresa, fazer uma avaliação e análise para entender os fatores internos, ou seja, quais são os pontos fortes de cada setor, que juntos formam os pontos fortes da empresa, e também quais os pontos que ele precisa desenvolver”, orienta Jean. “Além disso, ele tem que ter noção de quais são as oportunidades e ameaças, lembrando que estão relacionadas a fatores externos que não dependem dele, como aumento do dólar, política econômica, ações da natureza. Como esse raio X ele consegue prever aonde quer chegar e como vai chegar”, completa.

O especialista em gestão estratégica avalia que 2019 foi um ano de estabilização para os empreendedores e vislumbra o novo ano com otimismo e positividade. “O país está saindo de um período muito complexo, no sentido econômico e financeiro, várias empresas deixando o mercado, outras nascendo e crescendo nesse momento mais tenso. Mesmo assim, foi um ano que deu para respirar. Costumo comparar com uma luta: o empresário apanhou muito e em 2019 parece que o adversário deu um fôlego. Agora ele começa a voltar, a retomar os sentidos para dar um salto em 2020”, afirma Jean.

Saem na frente as empresas que têm planejamento estratégico. “Saímos vivos desta batalha, com um cenário bastante favorável. É óbvio que a reconstrução da economia e do país leva tempo, mas, com certeza, as empresas que se saíram bem e cresceram neste período se planejaram. No entanto, um bom planejamento não garante sucesso. Tenha disciplina, planeje e siga a risca o caminho traçado, sempre atento aos obstáculos e imprevistos, sendo ágil em superá-los”, finaliza o especialista.


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