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Ao entrar em contato com a pele, corantes e outros compostos químicos presentes podem causar danos
Comprar, para muitos, funciona como terapia. Do inglês, existe até a expressão “shopping therapy”, que se refere àqueles que vão às compras para desestressar.
Afinal, quem não gosta de ter uma roupa ou acessório novo que atire a primeira pedra. Além disso, quem nunca comprou uma roupa e teve vontade de sair usando, direto da loja?
Se você tem esse costume de vestir as peças novas logo depois de passar o cartão, é melhor prestar atenção, uma vez que isso pode trazer prejuízos maiores do que faturas e boletos.
Lembre-se que você pode não ter sido a única pessoa a ter provado o item antes de comprá-lo. A peça também pode ter ficado guardada ou exposta por algum tempo.
Tais fatores facilitam a aparição de alergias como a dermatite, que é quando o sistema imune reage ao contato de um alergênico na pele. E os efeitos não são imediatos, uma vez que vermelhidões, bolinhas e manchas podem aparecer alguns dias após o uso e até durar por semanas.
As possíveis causas podem ser variadas, mas os corantes utilizados em tecidos sintéticos, como náilon e poliéster, fazem parte das principais.
Estes compostos estão em maior concentração em roupas novas, de forma que acabam desgrudando do tecido devido ao suor ou a fricção com a pele. Dessa forma, as alergias tendem a aparecer mais nas axilas e no pescoço.
No caso das roupas de academia, que são feitas de tecido sintético em sua maioria, a dermatite pode ser mais severa.
Não há uma explicação exata do porquê esse tipo de reação acontece em algumas pessoas e em outras não. Além disso, a maioria dos indivíduos não tem conhecimento sobre a ação dos corantes para roupas na pele. Dessa forma, para prevenir a dermatite, o único modo é lavar as roupas antes de usá-las, a fim de remover o corante em excesso e diminuir a exposição da pele ao composto.
De acordo o que Susan Nedorost, professora de dermatologia da universidade estadunidense Case Western Reserve, informou à revista Time, em alguns casos, a lavagem pode prevenir o desenvolvimento de uma nova alergia, especialmente se a pessoa tiver algum machucado exposto, o qual pode ativar o sistema imune para a criação de uma sensibilidade a longo prazo.
Um estudo publicado em 2014 e realizado por pesquisadores da Universidade de Estocolmo, na Suécia, comprova que alergias na pele não são o único problema relacionado aos compostos presentes nas roupas.
Nas avaliações foram testadas 31 peças de cores, materiais, países de manufatura, preços e marcas diferentes. Em 29 amostras, um composto chamado quinolina foi encontrado, especialmente em produtos feitos de poliéster.
Essa substância é muito comum entre os corantes para tecidos, mesmo já tendo sido apontada pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos como um possível cancerígeno.
Além da quinolina, nitroanilinas e benzotiazóis também são compostos químicos encontrados nas roupas, que já foram indicados como cancerígenos e danosos para a saúde.
Apesar disso, esses compostos ainda não foram muito estudados pela ciência e muitas das avaliações que apontam seus malefícios foram testadas apenas em ratos.
De acordo com Ulrika Nilsson, da Universidade de Estocolmo, as substâncias tendem a ficar presas às fibras do tecido, mas, com o tempo, podem de difundir na pele e no ar.
Vale lembrar que a lavagem não exime as possibilidades do composto se desfazer do tecido, mas pode colaborar para a prevenção e diminuição do contato.