Consumo excessivo de álcool pode alterar seus genes, mostra estudo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 2 de fevereiro de 2019 às 15:30
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:21
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Exames de sangue de voluntários apreciadores de cerveja mostrou que dois genes sofrem mutações com consumo

O consumo excessivo de bebidas
alcóolicas pode afetar o funcionamento de alguns genes do seu corpo — e piorar
o vício em álcool.

É isso, pelo menos, que sugere
um novo estudo feito por pesquisadores das universidades de Rutgers e Yale, nos
EUA, baseado nos exames de sangue de 47 voluntários apreciadores de cerveja em
diferentes níveis.

Os
testes revelaram que, dentro do grupo, as pessoas que ingeriam mais álcool
apresentavam modificações nos genes chamados PER2 e POMC.

O primeiro influencia o relógio
biológico do corpo, enquanto o segundo regula o sistema de reação a situações
de estresse.

As mudanças faziam com que os genes desses
voluntários ficassem menos “expressivos” e criassem menos proteínas. Ou seja, a
bebida afetava a eficiência de ambos. Os efeitos ficavam piores conforme a
ingestão de álcool aumentava, segundo o estudo.

E no caso de quem já bebia mais do que o normal, as
alterações ainda foram associadas a um desejo maior por álcool. “Esse estudo
pode ajudar a explicar porque o alcoolismo é um vício tão poderoso”, disse o
professor Dipak K. Sarkar, um dos autores do estudo. O consumo de álcool matou
mais de 3 milhões de pessoas em 2016, segundo a Organização Mundial da Saúde.
“Talvez um dia a pesquisa também contribua com novas formas de tratar o
problema ou mesmo de ajudar pessoas em situação de risco a não ficarem
viciadas.”


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