Setor de franquias tem aumento de faturamento e empregos diretos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 24 de janeiro de 2019 às 20:19
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:20
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Número de empregos diretos gerados pelo setor indica aumento de 8% sobre o ano anterior

A Associação Brasileira de
Franchising (ABF) informou nesta quinta-feira, 24 de janeiro, que a receita do
setor cresceu 7% no ano passado em relação aos R$ 163 bilhões registrados em
2017.

Em balanço, cujos dados são
preliminares, a ABF diz que o número de empregos diretos gerados pelo setor
indica aumento de 8% sobre o ano anterior, com 1,3 milhão de trabalhadores
contratados em 2018. “Com a nova lei trabalhista, estamos incluindo também
trabalhadores intermitentes que foram contratados pelos franqueados e
franqueadores durante o ano”, ressaltou o presidente da ABF, André Friedheim.

Segundo Friedheim, no quarto
trimestre do ano passado, o setor de franchising nacional sentiu a
retomada do movimento, especialmente depois de passado o período eleitoral. “O
índice de confiança tanto do consumidor como do empresariado começou a
aumentar. E, quando o nível de confiança do consumidor aumenta, ele está
predisposto a gastar mais, a se endividar um pouco mais para consumir mais,
porque já enxerga uma manutenção do emprego, um aumento de renda.”

Ele acrescentou que, quando o
consumidor se predispõe a consumir, o varejo e os serviços são os primeiros
setores a apresentar reaquecimento. “Sentimos isso a partir do quarto
trimestre”. Para Friedheim, o movimento de recuperação da economia deve se
manter em 2019, impactando de forma positiva o franchising nacional.

A expectativa é que o faturamento do
setor evolua entre 8% e 10% em relação a 2018, acompanhado da expansão também
do mercado de trabalho, em torno de 5%.

Investimento

Para Friedheim, quando o empresariado
mostra disposição de investir, o número de franquias tende a aumentar, porque,
em vez de deixar o dinheiro no banco, ele prefere investir a juros mais baixos
e correr um pouco mais de risco, mas com possibilidade de rentabilizar o
capital investido de maneira mais vantajosa do que deixando o dinheiro parado. “Aí,
surge a franquia como uma opção interessante, porque traz marca, traz know-how
conhecimento prático, ganho de escala, rede de negócios, compartilhamento,
colaboração. O franchising traz menos risco do que montar um negócio
independente e tende agora a retomar seu crescimento em número de operações”,
afirmou Friedheim.

De acordo com os números da ABF,
depois de um ano de queda, a expansão do número de unidades franqueadas atingiu
5% em 2018, com aumento de 1% de novas marcas, em função da crise, que inibiu
maiores investimentos por parte dos empresários. A expectativa é manter o
crescimento de unidades entre 5% e 6%, em 2019, repetindo o aumento de 1% de
novas marcas.

Embora o setor de alimentação tenha
se mantido na liderança em número de franqueadores e de operações, o grande
destaque do ano foi a parte de saúde, estética e beleza, que “gerou maior
crescimento” e também a área de serviços em geral. O grande impulso no setor de
alimentação pode ser explicado pelas novas plataformas de delivery e
pela capilaridade de operações, que facilitam a logística de acesso ao
consumidor.

Pelo terceiro ano consecutivo, a rede
O Boticário, do segmento de saúde, beleza e bem-estar, com 3.724 operações de
franquias em 2018, ficou em primeiro lugar entre as marcas em operação no
Brasil. Na segunda posição, manteve-se a rede AM PM Mini Market, de
alimentação, com 2.493 operações.

A Região Sudeste concentrou o maior
número de unidades e de franqueadores das 50 maiores marcas, com destaque para
os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Novos
formatos

Friedheim estimou que, além de
alimentação, deverão continuar crescendo os segmentos de saúde, turismo,
hotelaria e educação, principalmente os novos cursos, como robótica.

De acordo com a ABF, as maiores redes
de franquias brasileiras continuam investindo na implantação de novos formatos.
Em 2018, comparativamente a 2017, enquanto o percentual de lojas tradicionais
diminuiu de 91% para 88%, outros formatos cresceram de 9% para 12%, como
quiosques, unidades móveis e operações home based (que funciona em
casa).

Essa tendência permanecerá em 2019,
disse Friedheim. “Novos formatos e modelos de negócios, sem perder o DNA da
franquia, são alternativas, porque consegue-se entrar em pontos comerciais
alternativos, como universidades, estações de trem, de metrô”. Esses formatos
oferecem custos menores para montar uma franquia e também para manter. “É um tipo de negócio que tem muito para crescer ainda no mercado brasileiro.”

Ele destacou ainda o movimento de
internacionalização das marcas brasileiras, que continua em ritmo positivo. “O
mais importante é que cresceu também a abrangência de países. Marcas que já
estavam lá fora começaram a abrir novos mercados. Passamos de 100 para 114
países com marcas brasileiras. Isso mostra que as marcas ficaram mais fortes,
se consolidaram.”

De acordo com o presidente da ABF, o
segmento da moda é o mais representativo, com 35 marcas. O primeiro destino das
marcas brasileiras são os Estados Unidos, com 59 marcas. Portugal é o segundo
país mais procurado, com 34 marcas, e o Paraguai, o terceiro, com 32 marcas.
Friedheim disse não esperar grandes mudanças na participação das franquias
brasileiras no exterior. A prioridade deve continuar sendo Estados Unidos e
Portugal e Espanha, como entrada para a Europa, além da América Latina e de
Angola, acrescentou.


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