USP faz pesquisa para diagnóstico precoce de doenças como Alzheimer

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 1 de janeiro de 2019 às 11:30
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:17
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Testes em Ribeirão Preto visa mapear memória para identificar algum tipo de comprometimento clínico

Pesquisadores do laboratório
de psicologia cognitiva da USP de Ribeirão Preto realizam um estudo sobre
memória visual para tentar diagnosticar precocemente possíveis demências como o
Alzheimer.

A pesquisa visa mapear a
memória de pessoas normais para tentar identificar pacientes que tenham algum
tipo de comprometimento clínico. “Esse teste de recordação em que apresentamos
formas e cores em localizações diferentes tem sido muito utilizado em outros
países e tem se mostrado um bom preditor para manifestação precoce do
Alzheimer. É importante que a gente tenha uma base da população normal para
entender como esses comprometimentos estão acontecendo e para tentarmos
explicar melhor porque eles acontecem”, diz a psicóloga Lorena Macedo.

De acordo com o professor de
psicologia e diretor da pesquisa César Galera, a memória envelhece com o passar
dos anos e não há nada a se fazer para mudar isso. “Existem vários tipos de
memórias e nós focamos na memória visuoespacial, aparentemente, é uma memória
simples, mas é extremamente importante no nosso dia a dia. Por exemplo, você
precisa saber onde deixou as chaves ou um livro, essa associação local-objeto é
muito importante e é uma das memórias que se perde mais rapidamente com o
envelhecimento”, afirma o diretor da pesquisa.

Ainda de acordo com Galera, o
envelhecimento não pode ser combatido, mas uma alimentação saudável, exercícios
físicos e atividade intelectual podem ajudar a manter a memória em dia. “Todo
mundo a partir dos 25 a 30 anos começa a ter uma pequena perda de memória.
Pessoas que perdem essa capacidade de associar cor e forma, nome e face, talvez
venham a ter Alzheimer. Essa perda de memória pode ser um indicativo de que a
pessoa vai ter um problema no futuro”, conta o professor.

A pesquisa consiste em
observar cores, formas e localizá-las em um programa de computador, que mede o
número de acertos e erros em um determinado período de tempo, cerca de 40
minutos. O que parece ser uma tarefa simples, pode confundir na hora dos
exercícios. “É fácil, só que é bem rápido e você tem que se concentrar bastante
nas formas, porque elas mudam de lugar e, algumas vezes, de cor também e tem
que estar bem concentrado”, afirma a voluntária Tainara Albiasetti.

Os pesquisadores explicam que
os dados não serão analisados individualmente. Será considerado o comportamento
do grupo de voluntários. Além disso, outras linhas de estudo que envolvem
emoção e atenção, também estão sendo realizadas. “Apesar da gente falar muito
sobre memória, ainda tem muita coisa que precisamos saber do funcionamento
normal da memória para expandir depois para as diferenças clínicas. A partir do
tempo de resposta da pessoa e a quantidade de acertos, traçamos um padrão de
desempenho”, afirma a psicóloga Lorena.

De acordo com a psicóloga, a pesquisa ainda está no
estágio inicial e precisa de voluntários. Podem participar dos testes pessoas
entre 18 e 35 anos e que tenham visão normal para cor.

Os interessados podem entrar
em contato pelo telefone (16) 3315-4393.


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