Brasil tem 600 mil cirurgias de hérnias abdominais a cada ano, quase 2 mil por dia

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 3 de agosto de 2022 às 10:00
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Em 2019, antes da paralisação das cirurgias eletivas devido a pandemia, o número de procedimentos chegou a 387,3 mil, sendo 45 mil urgências.

Cirurgiões da SBH realizam uma cirurgia de hérnia durante o mutirão (Foto: Divulgação)

As hérnias da parede abdominal são doenças com alta prevalência na população e o tratamento é exclusivamente cirúrgico.

Apenas no Brasil são realizadas 600 mil cirurgias para correção deste defeito abdominal, considerando os sistemas público e privado de saúde, segundo dados da Sociedade Brasileira de Hérnia.

A doença é uma abertura na musculatura do abdômen que permite a passagem de uma porção de gordura ou de um órgão através dela, causando dor e desconforto ao paciente, principalmente durante a prática de atividades físicas.

Complicações como o estrangulamento e o encarceramento são consideradas casos graves e podem exigir cirurgia de emergência.

Quase 150 mil cirurgias no SUS

No SUS foram realizados 148.4 mil procedimentos de correção de hérnias em 2021, sendo que do total 39 mil foram casos de urgência. Entre janeiro e maio deste ano, a soma já chega a 95,5 mil, com 19 mil casos de emergência.

Em 2019, antes da paralisação das cirurgias eletivas devido a pandemia, o número de procedimentos chegou a 387,3 mil, sendo 45 mil urgências.

O cirurgião e presidente da Sociedade Brasileira de Hérnia, Dr. Marcelo Furtado, explica que casos graves que não recebem o tratamento adequado podem levar à morte.

“Isso acontece porque a hérnia estrangulada corta a circulação sanguínea e pode levar à gangrena e, consequentemente, a morte do órgão e do paciente”, ressalta.

Maiores riscos

“As hérnias de tamanho médio, que medem entre dois e dez centímetros, e as hérnias femorais (que acontecem na região da virilha, principalmente em mulheres), são as que têm maiores riscos de complicações”.

Gustavo Soares, cirurgião e vice-presidente da SBH, ressalta que o ideal é que os atendimentos sejam feitos antes de possíveis complicações.

“Tratar o paciente com hérnia da forma mais breve possível, após o diagnóstico com indicação cirúrgica, é essencial para evitar casos mais graves e cirurgias mais complexas”.

De todos os tipos de hérnias abdominais, as que ocorrem na virilha e são chamadas de inguinais, são as mais frequentes na população, representando 75% do total de casos, e são mais comuns em homens.

Recuperação cirúrgica

O tempo de recuperação vai depender sempre do tipo de cirurgia realizada e do tamanho da hérnia do paciente. Após o tratamento cirúrgico é possível retomar a rotina de atividades, respeitando o período de repouso.


+ Saúde