Sem dar satisfações, Prefeitura corta bolsa e exclui mãe de 3 crianças da faculdade

  • Marcia Souza
  • Publicado em 24 de novembro de 2021 às 12:00
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Mulher de 34 anos está fazendo bico como Uber e não consegue seguir o curso; ela está no quarto ano

Câmara de Franca

Mulher de 34 anos está fazendo bico como Uber e não consegue seguir o curso de Direito; ela está no quarto ano

Ana Paula Rigo tem 34 anos e um sonho: se formar em Direito. Ela está no quarto ano do curso na FDF – Faculdade de Direito de Franca e vinha custeando as mensalidades com auxílio do Bolsa Universidade.

Porém, no ano passado, tudo se inverteu para ela, que é mãe de três crianças: com a pandemia, perdeu o emprego e, neste ano, foi informada que não receberá mais a bolsa pela Prefeitura.

A mulher tem trabalhado como Uber, mas o faturamento não é suficiente para custear as despesas do dia a dia e a faculdade.

Indignada, buscou informações junto à Prefeitura, diretamente, e à Secretaria de Educação, pois afirma estar enquadrada em todos os critérios para receber a bolsa, mas a razão do corte não foi explicada. Ela foi à Câmara para pedir a intercessão dos vereadores.

“Na reavaliação, houve o corte e não foi feita justificativa sobre a razão desta decisão. Vim pedir ajuda dos vereadores, porque só consigo continuar se eu tiver a bolsa. É um sonho, estou no quarto ano. Me dedico muito, tenho três filhos, perdi o emprego no ano passado, na pandemia”, afirmou.

E prosseguiu. “Acho que é um direito meu saber pelo menos porque eles cortaram”, questionou a estudante, que afirmou ter recebido respostas inconclusivas e que não justificam o corte. Ela recorreu e aguarda.

Os vereadores se solidarizam com a estudante. “Se você recebe desde o início por que cortaram? Você não ficou rica. Se deram a oportunidade no início não tem razão para cortar no meio do curso”, disse Gilson Pelizaro.

Della Motta também afirmou que o poder público tem que verificar a situação, que deve inclusive, segundo ele, atingir mais pessoas.

“Ela é uma jovem mãe, que está se esforçando. Temos que cobrar a Prefeitura. É bom que a Prefeitura esteja ouvindo isso. Não podemos deixá-la ser prejudicada por uma inconsistência do sistema ou da pessoa que está avaliando”, afirmou.

Zezinho Cabeleireiro afirmou que os vereadores vão cobrar a Prefeitura de forma coletiva sobre o caso da estudante.
“Uma mãe de três filhos ser cortada assim não é possível. Vamos questionar o prefeito e saber porque não deram a resposta adequada. Alguma coisa está errada e vamos requerer, de forma coletiva, explicações”, concluiu o vereador.


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