Outubro Rosa: pets também sofrem de câncer de mama, diz médico veterinário

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 18 de outubro de 2021 às 09:00
  • Modificado em 18 de outubro de 2021 às 14:57
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De acordo com dados do Conselho Federal de Medicina Veterinária, a doença é muito comum em cães e gatos, atingindo cerca de 45% das cadelas e 30% das felinas”

câncer de mama em pets

Campanha Outubro Rosa também é estendida aos animais

O mês de outubro é responsável pelas luzes cor-de-rosa na cidade, usadas como um lembrete sobre o câncer de mama e a importância de prevenir, diagnosticar e tratar a doença.

Mas você sabia que essa campanha não contempla apenas os humanos? O mundo pet também recebe os tons rosados nessa época do ano para conscientizar os tutores a levarem seus bichinhos de estimação até o veterinário e realizar exames preventivos, uma vez que esse tipo de câncer também acomete os animais — principalmente gatas e cadelas.

“O câncer de mama em animais ainda é um dos motivos pelos quais as fêmeas mais morrem no Brasil. De acordo com dados do Conselho Federal de Medicina Veterinária, a doença é muito comum em cães e gatos, atingindo cerca de 45% das cadelas e 30% das felinas”, salienta o médico veterinário Carlos Moraes.

Segundo Carlos, raças puras são mais suscetíveis ao surgimento de neoplasias. Algumas delas, inclusive, têm maior incidência de tumores nas glândulas mamárias, conforme apontam estudos.

Com risco aumentado, ele cita Poodles, English Spaniel, Brittany Spaniel, Boxer, English Setter, Pionter, Fox Terrier, Boston Terrier e Cocker Spaniel.

Já Rey Hound, Beagle e Chihuahua apresentam menor chance de acometimento. “A doença é silenciosa, mas nódulos mamários podem ser observados e apalpados pelo dono do animal. Por isso, recomenda-se apalpar com regularidade as mamas do pet. Além de caroço, vermelhidão, inchaço, mamas dilatadas e com secreção e odor desagradável também podem ser sinais do câncer de mama”, explica o veterinário.

Uma vez diagnosticado, o tratamento se assemelha ao humano: retirar o tumor, realizar a biópsia deste nódulo e, em casos mais agressivos, recorrer à radioterapia, imunoterapia e quimioterapia — procedimentos que aumentam a sobrevida do paciente e evitam o retorno de tumores.

“Para reverter o quadro, a mastectomia também pode ser feita no animal, ou seja, a retirada das mamas. Já a cirurgia é indicada em todos os casos, sendo de grande porte e de pós-operatório delicado”, acrescenta o especialista.

A importância da castração

Carlos assegura que castrar é a melhor alternativa de prevenção contra o câncer de mama em pets, porque a presença dos tumores está diretamente relacionada aos hormônios circulantes, como estrogênio e progesterona.

“A castração realizada antes do primeiro cio reduz o risco de desenvolvimento de câncer de mama para apenas 0,5%. Este risco aumenta significativamente nas fêmeas castradas após o primeiro cio (8%) e no segundo cio (26%)”, aponta.

Peso e dieta

Além de apalpar e castrar o animal, ficar de olho na balança e no cardápio também é uma forma de prevenir o surgimento da doença.

“A obesidade em cadelas com idade entre 9 e 12 meses é um fator de risco para o desenvolvimento do tumor de mama, por isso a manutenção do peso é ideal nessa fase da vida e exerce efeito protetor contra essa neoplasia no futuro”, alerta a médica veterinária Priscila Brabec.

A veterinária destaca que o tipo de gordura presente na alimentação pode interferir no risco de câncer de mama. Dietas ricas em ômega-3 mostraram agir preventivamente contra o aparecimento de tumores mamários, conforme estudos recentes.

De olho na rotina do pet

“O acompanhamento periódico com o médico veterinário e a realização de exames de rotina ajudam na prevenção dessa e de outras doenças também. Alguns exames de sangue e de imagem são capazes de auxiliar no diagnóstico precoce das alterações neoplásicas antes mesmo dos primeiros sinais”, reforça Priscila.

*Fonte: Alto Astral


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