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Estudo oficial mostra que política governamental condena país ao atraso por falta de faculdades públicas
Dificuldades econômicas prejudicam a continuidade dos estudos de alunos brasileiros.
Pesquisa feita com estudantes que terminaram o ensino médio mostra que 70% deles não ingressaram em uma faculdade por não ter condições de pagar.
De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) e da Educa Insigths, 23% desistiram por não conseguir uma vaga em universidade pública.
Entre os egressos do ensino médio, 52% ainda esperam conseguir entrar para a universidade (62% em até dois anos).
Foram entrevistadas 1,2 mil pessoas nas cidades de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Salvador e Porto Alegre, no período de 3 de fevereiro a 2 de março deste ano.
Escolas
Entre os alunos que ainda estão cursando o ensino médio, 60% dizem que sabem em qual área pretendem atuar.
Eles consideram a faculdade importante (94%), acreditam ser o caminho natural após a conclusão do ensino médio (70%) e acham que é a entrada paralela no mercado de trabalho (40%).
Segundo a pesquisa, os estudantes têm preferência por cursos de bacharelado (76%). O curso técnico é escolha de somente 12% dos entrevistados.
Entre esses jovens, 62% adiariam os planos se não tivessem dinheiro para pagar a faculdade e 44% o fariam se não conseguissem entrar em uma instituição pública.
O estudo também mostrou que 31% dos jovens trabalham enquanto cursam o ensino médio – 72% deles querem ter independência financeira e 23% trabalham para complementar a renda familiar.
A maioria dos entrevistados (56%) considera o estudo mais importante do que o trabalho nessa fase da vida.
Cerca de 24% já tiveram de dar uma pausa nos estudos em algum momento, seja por ter conseguido um emprego (35%) ou por conta do baixo desempenho e da repetência (27%).
Pais influenciam
As entrevistas revelaram que os pais são grandes influenciadores dos filhos no processo de decisão e que consideram o ensino superior o caminho natural logo após o ensino médio (78%).
Entre os entrevistados, 98% acham importante que o filho entre na faculdade no futuro, para conseguir um bom emprego (67%).
Entre os pais que não veem a entrada imediata do filho no ensino superior, 71% antecipariam a decisão se o filho obtivesse bolsa ou financiamento estudantil.
Já 62% adiaram os planos de ensino superior caso o filho não passasse em uma instituição pública.
Carreiras tradicionais
As carreiras tradicionais continuam tendo a preferência dos estudantes que ainda estão no ensino médio.
O curso de Direito lidera o ranking, com 7%, seguido de engenharia (6%), medicina (6%), administração (5%) e psicologia (3%).