Em 14 dias, cidades do interior de SP têm mais mortes do que em novembro inteiro

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 14 de janeiro de 2021 às 21:30
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Franca também tem batido os próprios recordes de novos casos confirmados em 24 horas

Nos 14 primeiros dias do ano, as cidades de Campinas, Piracicaba, Marília, Americana, Franca e São José dos Campos já registraram mais mortes por Covid-19 do que em todo o mês de novembro, quando o interior de São Paulo começou a apresentar repique da pandemia, segundo apontam estatísticas.

Numa situação descrita pelo prefeito Luciano Almeida (DEM) como “descontrolada”, Piracicaba vem quebrando seguidamente o recorde de novos casos diários – foram 342 nesta quinta (14) – e já tem mais do que o dobro do total de casos registrados em novembro.

Na comparação, os mortos de janeiro são quase 50% a mais.

São José dos Campos teve em janeiro 2,5 vezes mais casos confirmados do novo coronavírus e 2,2 vezes mais óbitos do que em novembro. A cidade do Vale do Paraíba tem hoje 79,6% dos leitos de UTI exclusivos para Covid ocupados.

A cidade de Marília também já acumula mais óbitos e casos em janeiro do que em todo o mês de novembro. Por falta de vagas de UTIs para Covid -tanto públicas quanto particulares-, os doentes passaram a ser transferidos para outras localidades da região desde a segunda (11).

Franca

Reportagem de Carolina Vila-Nova, da Folhapress, mostra qye Franca também tem batido os próprios recordes de novos casos confirmados em 24 horas, chegando a 341 nesta quarta – no ano passado, o máximo havia sido 184, em 18 de setembro.

Os casos confirmados de janeiro já são 114% a mais do que o total de novembro e 29% a mais do que em dezembro.

Após três dias seguidos com 100% dos leitos públicos de UTI para Covid ocupados, a taxa caiu para 93,33%. Contando a rede particular, a ocupação é de 82,69%.

Em Campinas, os casos confirmados em janeiro já representam 94,5% do total registrado em novembro, enquanto o número de mortes é 31% superior.

Desde segunda (11), a metrópole está com 100% dos leitos da UTI estadual ocupados, com a taxa geral de ocupação de leitos de cuidado intensivo em 80,87%, incluindo a rede privada. Até sexta, a cidade deve ganhar 12 novos leitos no SUS municipal.

Americana, na região metropolitana de Campinas, já tem nos primeiros 14 dias de janeiro 73% dos casos confirmados em novembro e o dobro de mortes.

A cidade protagonizou em dezembro um embate com o governo do estado por se recusar a seguir regras mais rígidas e autorizar o comércio a funcionar por mais tempo.

Ribeirão Preto

Os casos confirmados de Covid em Ribeirão Preto já são 60% do total de novembro, e a prefeitura reativou na última terça (12) o Polo Covid, que havia sido fechado em outubro.

Mesmo após um aumento na última semana de 25 leitos de UTI para pacientes de coronavírus (redes pública e particular), 72,5% deles estão ocupados hoje.

Em Limeira, o aumento dos casos também fez com que a prefeitura instalasse uma tenda para atendimentos exclusivo para Covid. A taxa de ocupação hospitalar na cidade hoje é de 80%, segundo a Secretaria da Saúde.

Reclassificação

Com a piora nos índices em várias partes do estado, incluindo na Grande São Paulo, o governador João Doria (PSDB) antecipou para sexta-feira (15) a reclassificação do Plano São Paulo, antes programada para 5 de fevereiro.

No último dia 7, o governo do estado alterou os parâmetros do Plano São Paulo, dificultando a migração para a fase verde, mas flexibilizando o funcionamento de atividades na fase laranja.

Além disso, a nova versão do plano tem como alvo a redução do lazer noturno, reduzindo horário de abertura de bares.

Atualmente, as regiões de Registro, Presidente Prudente, Marília e Sorocaba – que correspondem a 10% da população do estado – estão na fase laranja (a segunda mais restritiva). Já o restante de São Paulo está na fase amarela.​


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