Cerca de 60% da indústria trabalha com ociosidade no país e cenário é bem ruim

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  • Publicado em 29 de junho de 2020 às 17:12
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:54
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Para presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a situação é ainda pior para os microempresários

Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade (Foto: Reprodução)

​A situação da indústria brasileira neste momento e pandemia é muito ruim, com cerca de 60% do setor trabalhando com ociosidade da sua capacidade instalada, disse nesta segunda-feira, 29, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, participante de uma live organizada pela Editora Globo. 

De acordo com Andrade, os segmentos da indústria considerada essenciais, com a de alimentos, por exemplo, até têm trabalhado mais que o normal para atender ao aumento da demanda. “O auxílio emergencial de R$ 600,00 ajudou aumentar a demanda de produtos essenciais”, disse.

Mas o resto da indústria, segundo Andrade, tem vivido uma situação muito ruim. Ele aponta como setores que estão enfrentando dificuldades os segmentos de eletrodomésticos e mobiliários, entre outros.

O presidente da CNI elogiou a regulamentação da MP 936 que permitiu a redução da jornada de trabalho e salários por ela propiciar que as empresas possam segurar os empregos de todos os setores da economia, mas especialmente da indústria, que trabalha com funcionários de elevada qualificação.

Por outro lado, criticou Andrade, os micros e pequenos empresários da indústria, que mais emprega, estão enfrentando dificuldades para acessar o crédito que foi liberado pelo governo. “Muito pouco do crédito tem chegado para os micros e pequenos empresários da indústria. Até começo de junho só R$ 3 bilhões foram liberados”, disse.

De acordo com ele, se esses empresários chegarem ao ponto de pedir recuperação judicial, nunca mais eles voltarão para suas atividades porque, de acordo com Andrade, a Receita Federal Brasileira passa a tratar quem pede recuperação judicial como mau pagador.

Para ele é preciso que haja garantias do crédito pelo Tesouro para que os micros e pequenos empresários não cheguem ao ponto de quebrarem.

*Correio Braziliense


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