“Você precisa aprender a escutar o que não quer ouvir”, diz Luiza Helena Trajano

  • Robson Leite
  • Publicado em 7 de maio de 2023 às 11:00
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No mercado de negócios aquecidos, é preciso do tempo para entender a cultura daquela empresa que se planeja investir

Gabriel Braga, do QuintoAndar; Roberto Marinho Neto, da Globo Ventures; e Luiza Trajano; do Magazine Luiza (Foto: Hermes de Paula)

As relações interpessoais permeiam e norteiam parte da cultura do empreendedorismo. É através delas que um mau resultado momentâneo pode ser superado para que, no futuro, se colham frutos.

Um bom relacionamento entre investidores, funcionários e clientes foi tema do palco principal do Web Summit Rio, que teve a participação de Roberto Marinho Neto, CEO da Globo Ventures; Gabriel Braga; CEO do QuintoAndar; e Luiza Trajano; presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza.

A visão de Luiza Helena Trajano

A relação com os clientes precisa ser aprimorada todos os dias e é essencial para que a empresas continuem saudáveis. Luiza Trajano brinca que o atendimento ao público é igual a dieta: “não brinca, se não engorda de novo”:

“Estamos numa empresa em que a gente erra e acerta, e você tem de aprender a escutar o que você não quer ouvir. Por isso, abro minhas redes para o cliente reclamar”, diz a empresária francana.

Exemplo Globo

No mercado de negócios aquecidos, é preciso do tempo para entender a cultura daquela empresa que se planeja investir e avaliar se será possível contribuir com ela.

Apesar da pressa para as negociações serem fechadas o quanto antes, o mercado vem se adaptando para permitir essa maior aproximação. Roberto Marinho Neto ressalta que as “organizações são feitas de gente”.

“No mercado, você tinha muito pouco tempo para você passar com o empreendedor antes do investimento. Estava uma loucura. E a verdade é que o investimento é quase um casamento, que tem que dar certo”, compara ele.

“E se você tem que se divorciar, tem que ser numa boa porque você pode precisar vender sua parte. Precisamos olhar a índole de quem está investindo. Claro que somos medidos pela lucratividade e retornos, mas é uma visão de longo prazo, de Brasil, de como você está no ecossistema”.

Evidente e necessária

As relações também precisam ser fortalecidas dentro das empresas, que a cada dia investem mais também na relação com seus funcionários. E, em momentos de crise, essa relação interpessoal fica mais evidente e necessária.

Segundo notícia do jornal O Globo, nos últimos meses, o mercado de tecnologia passou por uma crise em diversos países do mundo e o QuintoAndar desligou parte de seus funcionários. Gabriel Braga explica que a decisão foi tomada para que a empresa continuasse a gerar empregos a longo prazo:

“Foi preciso para controlar o nosso destino, para ter caixa, preservar a empresa existindo e continuar gerando empregos. Mas, com compaixão na hora de executar isso, de administrar como que a gente conversa com as pessoas”.


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