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Milhares de brasileiros tem precisado recorrer a duplas e triplas jornadas para conseguir pagar as contas de casa
Milhares de brasileiros tiveram que arrumar um segundo emprego para conseguir manter as contas básicas de casa
A diarista Daniela dos Reis Borges precisou de um segundo emprego para conseguir pagar as contas do mês.
Além do expediente durante o dia, ela começou a trabalhar como garçonete em uma lanchonete à noite para poder sustentar as três filhas e o neto.
“Começo como diarista às 5h30 da manhã e chego em casa 1h da madrugada. Saio da diária, vou para casa e é o tempo de tomar um banho e me trocar para chegar na lanchonete e voltar quase 1h da manhã em casa,” conta.
Em alguns dias da semana, ela ainda trabalha como manicure para poder complementar a renda. Todo o dinheiro que entra, ela afirma, é para pagar as contas. O lazer acaba ficando de fora.
“Eu compro o necessário para me manter. Nada de supérfluo, nada de jogar dinheiro fora”.
O analista de crédito Cristian Lamarca Fradique Almeida enfrenta a mesma situação. Recentemente, ele também teve de arranjar um segundo emprego e começou a trabalhar como motorista de aplicativo para tentar manter o padrão de vida.
“A gente sente um aumento muito grande, como gasolina e supermercado. Cada ida ao supermercado é no mínimo R$ 200, R$ 300. Pesa bastante e a gente tem que suprir de alguma forma. E a forma é trabalhando, não tem como”.
Essa realidade não se limita à região de Franca e Ribeirão Preto. Milhares de brasileiros tem precisado recorrer a duplas e triplas jornadas para conseguir pagar as contas de casa.
De acordo com o IBGE, o rendimento médio real domiciliar per capita dos brasileiros caiu 6,9% em 2021 na comparação com 2020. O valor foi de R$1.454 para R$1.353 mensais, menor da série histórica do Brasil, iniciada em 2012.
Inflação é vilã do poder de compra
Segundo o economista Adnan Jebailey, a inflação é um dos fatores responsáveis pela redução do poder de compra dos brasileiros.
“O aumento da inflação corrói o poder de compra das pessoas. ou seja, com R$ 100 no supermercado em 2019, por exemplo, no supermercado hoje você não consegue comprar a mesma quantidade de coisas,” explica.
Com menos dinheiro no bolso, a alta no preço dos alimentos impacta diretamente a vida dos trabalhadores. A inflação medida nos últimos 12 meses foi de 10,20%. Nos últimos 24 meses, o índice foi de 20,62%.
E este cenário se agrava ainda mais com o preço de itens básicos, como carnes, óleo de soja, leite e combustíveis, que tiveram aumento muito maior do que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
*Informações G1