Onze mil sacas de café somem do depósito de cooperativa em Patrocínio

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 3 de outubro de 2019 às 22:19
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:53
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Polícia suspeita do envolvimento de funcionários. Produtores rurais estimam prejuízo de R$ 4 milhões

​A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o desaparecimento de cerca de 11 mil sacas de café do depósito de uma cooperativa em Patrocínio Paulista. Segundo produtores, o prejuízo está estimado em R$ 4 milhões.

Segundo o delegado Márcio Murari, responsável pelo caso, a suspeita é que funcionários estejam envolvidos.

Procurada, a Cooperativa Nacional Agroindustrial (Coonai) registrou boletim de ocorrência e informou que colabora com as investigações. 

Ainda segundo a Coonai, será feita uma auditoria no estoque para orientar os agricultores e pedir indenização dos prejuízos.

Denúncia

De acordo com os produtores, o sumiço da mercadoria só foi descoberto no início desta semana, depois que um depósito referente a uma compra futura deixou de ser feito no prazo. Eles esperaram mais de 60 dias pelo valor que não foi pago.

“Os pequenos produtores todos ficaram sabendo e resolveram ir lá [na cooperativa]. Quando chegaram lá, não tinha café de praticamente ninguém. O pessoal trabalhou o ano inteiro, pagou turma, pagou adubo, despesa com transporte, e o café simplesmente desapareceu”, diz um agricultor, que prefere não se identificar.

De acordo com o grupo, o responsável pela entrada e saída da carga do galpão também desapareceu.

Incerteza

O produtor diz que foram solicitadas explicações à cooperativa, mas nenhuma resposta foi dada até o momento. 

“Eles marcam reunião e adiam. O pessoal que chegava lá pedindo explicação, eles não deixavam nem entrar para dentro do barracão. Eles já sabiam que lá dentro não tinha o que mostrar para os produtores.”

Os produtores já pensam em cortar despesas para evitar um prejuízo ainda maior. Segundo o agricultor, a cooperativa prometeu pagá-los, mas não há garantias.

“Destruíram tudo o que a gente montou em uma vida inteirinha. A gente não sabe se vai receber ou não. Existe essa promessa, mas, na realidade, ela está só em boca. Não tem um documento, não tem nada garantido”, diz.


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