Ministério Público de Franca atua para conscientizar homens autores de violência

  • Teo Barbosa
  • Publicado em 28 de agosto de 2023 às 09:00
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Desde 31 de maio deste ano, o grupo se reúne sempre às quartas-feiras, das 18h às 18h45, na sede do Ministério Público em Franca.

O Ministério Público (MP) de Franca instituiu um grupo que busca promover a conscientização entre homens autores de violência.

Além do MP, a iniciativa é realizada em parceria com o Poder Judiciário, Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), a Comissão de Combate à Violência Contra Mulher da OAB de Franca, o Alcoólicos Anônimos e a Polícia Militar.

Como surgiu a ideia?

O idealizador do projeto é o promotor Cláudio Escavassini. Ele destacou que a ideia surgiu ainda em 2019, quando passou a atuar no enfrentamento à violência doméstica em Franca.

“Quando iniciamos em 2019 os trabalhos de enfrentamento à violência doméstica e familiar em Franca, além do fortalecimento da rede de atendimento à mulher, um dos objetivos era a criação de um espaço de escuta e reflexões sobre os papeis de gênero e orientação para homens autores de violência doméstica e familiar na Comarca de Franca. Isso foi possível nesse ano”, disse.

Como funciona?

Grupo de conscientização para homens autores de violência (Foto: Reprodução/Ministério Público)

Desde 31 de maio, quando os trabalhos iniciaram, o grupo se reúne sempre às quartas-feiras, das 18h às 18h45, na sede do Ministério Público em Franca.

A cada encontro, um tema é apresentado com assuntos como machismo, masculinidade e rompimento do padrão violador. A ideia é levar questionamentos a respeito do papel do homem na sociedade.

Qual é o objetivo? 

O principal objetivo da iniciativa é levar os homens autores de violência a repensarem as atitudes, para evitar que possam provocar danos em outras pessoas.

“Perguntamos a eles o que acharam e todos disseram que foi uma experiência importante e ficaram felizes por encontrarem um espaço que pudessem se manifestar sem receio. Creio que isso seja positivo”, destaca o promotor.

Quem pode/deve participar? 

A participação pode ser voluntária ou por determinação da Justiça, a partir de uma medida protetiva. Nesse segundo caso, o autor de violência é obrigado a participar de seis reuniões consecutivas.

Já é possível observar resultados?

Escavassini ressalta que, como até o momento foram finalizados apenas dois ciclos de palestras, o que totaliza 12 encontros, ainda é cedo para avaliar os primeiros resultados.

Ao todo, 24 homens já foram encaminhados ao grupo, sendo que alguns deles já concluíram o ciclo.

“Cada reunião é um aprendizado”, diz participante

À reportagem do G1 Ribeirão e Franca, um participante destacou a importância do grupo. Sem se identificar, ele conta que foi detido após uma discussão com a ex-esposa e assumiu o compromisso de assistir às palestras para responder ao processo em liberdade.

“Foi importante porque eu soube entender o lado da minha esposa. Eu achava que ela tinha que cuidar de mim e das crianças só pelo simples motivo de eu ter que trabalhar fora. No grupo eu aprendi que, do mesmo jeito que eu trabalhava fora, ela também trabalhava, só que dentro de casa”, disse.

Mesmo depois de já ter participado das seis reuniões previstas, o homem destacou que pretende participar de outras. “Porque cada reunião é um aprendizado novo, um aprendizado diferente”, completou.


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