Melatonina: Liberada nas farmácias, ela não é remédio, mas é essencial para o sono

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 23 de março de 2023 às 21:00
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Venda da melatonina em farmácias foi autorizada em 2021 pela Anvisa. Especialistas alertam que substância só deve ser usada com indicação

melatonina

A melatonina não é um remédio, mas um hormônio produzido pelo organismo – foto Freepik

 

Você já ouviu alguém falar que toma melatonina para dormir? Por vezes, ela é vista como um remédio, mas a melatonina é, na verdade, um hormônio produzido pelo nosso próprio organismo.

Em algumas situações, o que ocorre é a suplementação desse hormônio. Mas atenção: ela só deve ser tomada com orientação médica.

Outro erro quando o assunto é melatonina é classificá-la como hormônio do sono.

A melatonina é o hormônio que prepara o nosso corpo para dormir. Essa produção é sempre noturna. Por isso, ela pode ser considerada um hormônio da escuridão.

“A melatonina só é produzida na ausência de estímulo luminoso. Ela informa o nosso corpo de que é noite e que o processo de dormir pode ser iniciado”, diz Sandra Doria, pesquisadora do Instituto do Sono.

José Cipolla Neto, professor de fisiologia no Instituto de Ciências Biomédicas da USP e pesquisador sobre os efeitos fisiológicos e mecanismos de ação da melatonina, explica que a substância é responsável por todas as mudanças no nosso corpo para o período de repouso.

“Ela sinaliza para o nosso sistema nervoso, portanto, o nosso organismo como um todo, que acabou o dia e começou a noite”.

“Ou seja, ela é a grande responsável por todas as mudanças fisiológicas do nosso organismo para o período diário de repouso – sono, mudanças metabólicas, cardiovasculares, respiratórias, digestoras, endócrinas e imunológicas, todas elas típicas do repouso humano”.

A melatonina teve a comercialização liberada no Brasil em 2021 pela Anvisa. Ou seja, a substância pode ser encontrada em farmácias e ser vendida sem a necessidade de prescrição médica.

De acordo com a Anvisa, ela está liberada para pessoas com idade igual ou maior que 19 anos e para o consumo máximo diário de 0,21 mg.

Especialistas reforçam que, mesmo com a venda liberada no país, a melatonina só deve ser usada com indicação médica.

E para a insônia, serve? Especialistas explicam que a melatonina pode ajudar a iniciar o sono, mas não é uma substância aprovada e indicada para a insônia.

Como estimular a melatonina do próprio organismo?

– Expor-se a luz durante o dia (solar, de preferência)
– Diminuir a intensidade da luz à noite (para ajudar na produção do hormônio)
– Evitar computador, celulares e tabletes duas horas antes de dormir

Quais os riscos de tomar melatonina sem prescrição? E em excesso?

A melatonina em excesso pode quebrar a ciclicidade que existe nas 24 horas do dia. “Se eu tomar uma dose supra-fisiológica (elevada), essa dose pode prejudicar a queda natural deste hormônio que ocorre pela manhã”, ressalta Dalva Poyares, médica especialista em Medicina do Sono.

Em altas doses e tomada sem orientação, pode causar efeitos indesejáveis, como sonolência durante o dia, tontura, dor de cabeça, náuseas. Também pode provocar pesadelos, fadiga, falta de concentração.

No Brasil, a Anvisa indica a melatonina para pessoas com idade igual ou maior que 19 anos. “Pessoas com enfermidades ou que usem medicamentos deverão consultar seu médico antes de consumir a substância”, diz a agência.

*Informações G1 Saúde


+ Saúde