Médicos reforçam importância de fazer mamografia após os 40 anos de idade

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 10 de outubro de 2021 às 16:00
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Mamografia é o único exame capaz de descobrir o câncer de mama em sua fase mais inicial, quando ainda não apresenta sinais e sintomas

Mamografia é o único exame capaz de descobrir o câncer de mama em sua fase inicial

 

A pandemia de Covid-19 trouxe uma queda nos exames diagnósticos de câncer de mama. Em 2020, o número de mamografias de rastreamento realizadas pelo SUS em mulheres entre 50 e 69 anos caiu 42% em comparação ao ano anterior.

Em São Paulo, o HCor já registra uma retomada de tais exames, que, segundo os médicos, têm papel fundamental para combater a doença.

“Câncer de mama não é mais sentença de morte”, explica Fernanda Marina Marinho, mastologista da Casa de Saúde São José. “O ideal é que as pessoas tenham menos medo de procurar o rastreio, porque o diagnóstico precoce salva a vida e impacta menos a qualidade de vida da mulher.”

A mamografia é uma radiografia das mamas feita por um equipamento de raio-X e, segundo Marinho, é o único exame capaz de descobrir o câncer de mama em sua fase mais inicial, quando ainda não apresenta sinais e sintomas.

“A ideia é fazer um diagnóstico precoce, no qual lesões não palpáveis são visualizadas, tratadas e a curabilidade desses cânceres é imensa”, diz o médico oncologista e diretor científico do Oncoguia, Rafael Kaliks. Por esse motivo, é indicada a realização da mamografia de rastreamento, feita em mulheres assintomáticas.

A Sociedade Brasileira de Mastologia e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia recomendam que o exame seja feito anualmente em mulheres a partir dos 40 anos.

No contexto do SUS (Sistema Único de Saúde), a indicação do Ministério da Saúde é que a mamografia seja realizada a cada dois anos em mulheres com idade entre 50 e 90 anos.

Kaliks recomenda que o início do rastreamento seja feito aos 40 anos e que o exame seja repetido todo ano. “Na nossa população, existe uma incidência de câncer de mama em faixas etárias mais jovens do que outros países”, defende.

Todavia, alguns fatores podem antecipar a idade de rastreamento. “Mulheres que têm parentes de primeiro grau que tiveram câncer de mama em idade jovem, antes da menopausa, têm recomendação de começar o rastreio dez anos antes da idade que o familiar teve câncer”, relata a mastologista da Casa de Saúde São José.

Marinho exemplifica: se sua irmã teve câncer de mama aos 42 anos, a recomendação será para que você comece o rastreio aos 32. “Mas isso, obviamente, tem que ser orientado por um mastologista para verificar quais exames são adequados para essa mulher”, complementa a médica.

A mamografia é a porta de entrada dos exames diagnósticos e a ideia é que ela antecipe o surgimento de sinais da doença. Junto ou posteriormente a ela, explicam os especialistas, podem ser solicitados exames de ultrassom, ressonância magnética e biópsia.

Dentre os sintomas do câncer de mama, estão nódulos (caroços) nos seios, axilas ou pescoço, alterações de cor ou retração na pele das mamas ou no bico do peito e saída de líquidos anormais dos mamilos.

O tratamento é definido de acordo com o subtipo do tumor, o tamanho e a existência ou não de metástase, diz o diretor do Oncoguia.

Segundo Kaliks, ele é curativo na maioria das mulheres e envolve cirurgia, podendo incluir também outras modalidades como quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e imunoterapia.

Vida saudável é fator de prevenção Além do rastreio, é essencial conscientizar as mulheres em relação à prevenção, defende Fernanda Marina Marinho, mastologista da Casa de Saúde São José. “O primeiro passo é o autocuidado”, diz.
Segundo a médica, o autocuidado inclui uma alimentação balanceada, com diminuição de alimentos ultraprocessados, embutidos e carnes vermelhas, e a prática regular de atividade física.

“É comprovado que o exercício tem um impacto importante na redução das chances de desenvolvimento do câncer de mama e na redução do risco de morte para quem já teve o diagnóstico da doença”, explica.

Isso porque o câncer de mama é uma doença multifatorial, ou seja, não há uma única causa para a doença e sim fatores de risco que aumentam as chances de desenvolvê-la.

Dentre eles, estão fatores relacionadas a hábitos do dia a dia, como sobrepeso, obesidade, sedentarismo e consumo de bebidas alcóolicas.

Outros fatores de risco não podem ser controlados pelas mulheres, como predisposições genéticas, ter tido a primeira menstruação precocemente ou a menopausa tardia.

Por esse motivo, os médicos recomendam que as mulheres se empenhem em evitar os fatores de risco que são mutáveis e estão relacionados ao estilo de vida.

“Além do autocuidado com consultas regulares ao médico e exames de rastreio, precisamos da conscientização pela busca de uma vida mais saudável”, complementa Marinho.

*Informações Conteúdo Folhapress


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