Luiza Trajano não descarta compra dos Correios, mas decisão só virá na “hora certa”

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 14 de agosto de 2021 às 19:30
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Empresária diz que “na parte de logística é necessário comprar aviões. Isso tudo respeitando os funcionários. Sou a favor de não destruir o que já tem”.

Luiza Helena disse que a medida está sendo estudada pela empresa e só deve haver uma definição quando for a ‘hora certa’.

A presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, deixou em aberto a possibilidade de compra dos Correios, mas defendeu a privatização apenas da parte logística da estatal.

A declaração foi dada em entrevista à Bloomberg Línea. Veja aqui.

Segundo a empresária, a medida ainda está sendo estudada pela empresa e só deve haver uma definição quando for a ‘hora certa’.

Luiza Helena Trajano também destacou a necessidade de melhorar a logística no país e elogiou o trabalho dos Correios, mas criticou o uso político da estatal.

Logística

“Nesse mundo digital, logística é indispensável. A parte dos Correios de correspondências, que quase não existe mais, pode manter com o governo e  continuar modernizando”, disse Luiza Helena.

A empresária diz que “na parte de logística é necessário comprar aviões. Isso tudo respeitando os funcionários. Sou a favor de não destruir o que já tem”.

Segundo Luiza Helena, “os Correios chegam em qualquer lugar desse Brasil. O Correio muitas vezes acaba sendo usado por partido político. Quem tem que fazer competição é o mercado, não é centralizar a competição”, disse.

“Se o Magazine vai entrar, eu não sei. O Magazine Luiza entra no que acha que é legal e na hora certa, ele não especula, vai na hora certa. Nós compramos mais de 15 empresas no último ano, de logística e tecnologia e também compramos outras como a Netshoes, que também é de varejo”, concluiu.

Privatização

Na entrevista, Luiza Trajano também se mostrou favorável a privatização de empresas que dão prejuízo ao governo federal.

Entretanto, a empresária se posicionou contrária a privatização do Sistema Único de Saúde (SUS), serviços educacionais, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

“Acho que saúde não deve ser privatizada, assim como alguns bancos. Banco do Brasil e Caixa Econômica têm que ficar do jeito que está, de forma mista. Saúde e educação eu não sou a favor de privatizar, mas imagina estatais que só dão prejuízo, por que não?”, afirmou.

Bem liberal

Segundo ela, “o Governo tem que tratar da saúde, da educação, da segurança e da habitação. Quando sou a favor disso, defendo abertura de mercado, privatizar Correios, dizem que sou de direita; quando eu defendo o Bolsa Família dizem que eu sou da esquerda. Tem coisas que eu sou bem liberal”, opinou.

A agenda de privatizações é uma das defesas do ministro da Economia, Paulo Guedes, que tenta emplacar reformas estruturantes e privatizações no Congresso Nacional.

No caso dos Correios, o projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados e deve ser analisada pelo Senado até o fim deste mês.


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