Luiza Trajano diz que “não tem cabimento juros de 13,75%” e critica rivais asiáticas

  • Robson Leite
  • Publicado em 29 de março de 2023 às 15:00
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“Não pagar imposto é um negócio da China. Isso vai tirar o emprego do Brasil. Estamos trabalhando para conscientizar o consumidor”, diz

Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração da Magazine Luiza, afirmou nesta quarta-feira que “não tem cabimento” os juros estarem a 13,75% e que a política monetária inviabiliza a própria cobertura do déficit público.

Luizinha Trajano vem sendo uma das mais vocais críticas do aperto de juros promovido pelo Banco Central, fazendo coro à pressão exercida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Não tem cabimento os juros estarem em 13,75%. Um país vive da renda e crédito. A renda vem do emprego. Se não tem emprego, as pessoas não compram nada, e também não vai ter receita para cobrir o déficit público. Você tem que ter o juro alto quando está com excesso de consumo. Mas não tem isso. Então, não tem razão, isso que é duro. Não precisava disso”, disse Luiza, durante participação no South Summit, evento de tecnologia e inovação que reúne 20 mil pessoas esta semana em Porto Alegre.

Embora sua crítica esteja alinhada com a percepção do governo, a empresária negou “ser Lula, ser de esquerda”.

“É por essas coisas (preocupação com desigualdade e inclusão) que falam que eu sou Lula, que eu sou esquerda… Mas eu sou Brasil”, rebateu ela, negando (pela enésima vez) qualquer interesse em iniciar uma carreira política.

‘Tiro no pé’

Questionada sobre a ofensiva de rivais asiáticas no mercado brasileiro — só a chinesa Shein detém mais de um quarto do e-commerce de roupa por aqui —, Luiza Helena afirmou que “não tem com competir quando você paga 37% de imposto e o outro não paga nada”.

Segundo O Globo, o Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), do qual Luiza Helena é conselheira, vem pressionando o governo por causa das vantagens tributárias exploradas pelas rivais do chamado e-commerce cross-border.

“Não pagar imposto é um negócio da China. Isso vai tirar o emprego do Brasil. Estamos trabalhando para conscientizar o consumidor. Queremos ter as vantagens que os outros têm. O consumidor tem que se conscientizar que estamos dando um tiro no pé. Dá então para nós o que o outro tem (de vantagem)”, criticou a empresária.


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