Inep tem debandada de coordenadores e servidores a poucos dias da realização do Enem

  • Robson Leite
  • Publicado em 9 de novembro de 2021 às 14:30
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O número de pedidos de demissão, que inclui substitutos dos coordenadores, representa 58% dos164 servidores do órgão

Sede do Inep, que passa por uma crise política às véspera do Enem

Ao menos 33 servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação, que administra o Enem, pediram demissão nesta segunda-feira (08), a apenas 13 dias da aplicação do exame.

Os funcionários citam a “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão” e acusam o presidente do instituto, Danilo Dupas Ribeiro, de desmontar o órgão e de praticar assédio moral.

Em nota, o instituto afirma que o Enem não será afetado pelos pedidos de exoneração.

Funcionários do Inep, no entanto, afirmam que a debandada torna o exame suscetível a falhas.

Cai o número de inscritos

A crise às vésperas das provas, que haviam recebido o menor número de inscritos da década (3,1 milhões) até que o fim da isenção para estudantes de baixa renda fosse revertido, se soma a uma série sob Jair Bolsonaro.

Dupas Ribeiro foi nomeado no fim de fevereiro por Milton Ribeiro, o terceiro à frente da Educação do atual governo.

Mais discreto que seu antecessor, Abraham Weintraub, o atual ministro é igualmente acusado de minar a atuação da pasta, sobretudo com as escolas fechadas na pandemia.

A Comissão de Educação da Câmara deve ouvir Dupas Ribeiro nesta terça-feira (09) ou nesta quarta-feira (10) sobre a situação do órgão.

Afirmações

O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso a carta de demissão que os trabalhadores entregaram.

No documento, eles afirmam que a decisão foi tomada pela “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima do Inep”.

Ele ressaltam que pelo “compromisso com a sociedade e o empenho com as atividades relacionadas às metas de 2021” estão mantidas.

Atualmente, o Inep possui 164 servidores. O número de pedidos de demissão representa 58% dos coordenadores do órgão. Porém, muitos substitutos dos coordenadores também estão saindo.

Em entrevista ao jornal, um servidor, que não quis se identificar, disse que “o Enem vai ser realizado num voo às cegas”.

“Está saindo todo mundo do sistema de monitoramento de incidentes, que é o radar do Inep para solucionar os problemas da aplicação do Enem”, declarou.


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