Governo de SP mantém vacinação para adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 16 de setembro de 2021 às 17:00
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O Governo do estado de São Paulo lamentou a postura do Ministério da Saúde e disse que a mudança só gera confusão na população

Governo de São Paulo vai manter vacinação contra covid-19 em adolescentes entre 12 e 17 anos sem comorbidades

 

O Ministério da Saúde publicou na noite da última quarta-feira, 15, uma nota técnica em caráter extraordinário, na qual orientou a suspensão da vacinação contra covid-19 em adolescentes sem comorbidades entre 12 e 17 anos.

No documento, o Ministério alega seguir uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), de que a vacinação desse grupo seja feita somente nos que apresentem deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade, apesar da autorização pela Anvisa do uso da Vacina Cominarty (Pfizer/Biontech).

A nota, entretanto, usa de forma equivocada uma orientação da OMS. Em julho, quando foi anunciada a recomendação do uso de Pfizer para menores de 16 anos, a organização apenas sugeriu que os países priorizassem a população de risco no atual momento da pandemia.

A orientação é pautada em um possível compartilhamento de vacinas entre países, de forma a ampliar a imunização mundial.

O Governo do estado de São Paulo lamentou a postura do Ministério da Saúde e disse que a mudança só gera confusão na população.

Confira na íntegra a nota divulgada pelo governo estadual no final da manhã desta quinta-feira, 16:

“O Governo de SP informa que continuará vacinando os adolescentes de 12 a 17 anos de idade por recomendação do Comitê Científico do Estado. A imunização começou em SP no dia 18 de agosto e já foram imunizadas cerca de 2,4 milhões de pessoas, ou seja, 72% deste público.

SP lamenta a decisão do Ministério da Saúde, que vai na contramão da orientação do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e de autoridades sanitárias de outros países.

A vacinação nessa faixa etária já é realizada nos EUA, Chile, Canadá, Israel, França, Itália, dentre outras nações. A medida cria insegurança e causa apreensão em milhões de adolescentes e famílias que esperam ver os seus filhos imunizados, além de professores que convivem com eles.

Coibir a vacinação integral dos jovens de 12 a 17 anos é menosprezar o impacto da pandemia na vida deste público. Três a cada dez adolescentes que morreram com COVID-19 não tinham comorbidades em São Paulo.

Este grupo responde ainda por 6,5% dos casos e, assim como os adultos, está em fase de retomada do cotidiano, com retorno às aulas e atividades socioculturais.

Infelizmente, e mais uma vez, as diretrizes do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde chegaram com atraso e descompassadas com a realidade dos estados, que em sua maioria já estão com a vacinação em curso”.


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