Francano alerta: manejo do café é essencial para evitar chumbinhos com seca de 2024

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 3 de fevereiro de 2025 às 22:00
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Fenômeno natural é intensificado pelas condições climáticas, mas manejo adequado pode mitigar impactos na safra de 2025

A queda de chumbinhos ocorre entre 80 e 100 dias após a florada, geralmente entre dezembro e fevereiro

 

As lavouras de café do Brasil estão atravessando um período de ajustes naturais. A fase de “queda de chumbinhos”, comum no ciclo produtivo, tem se mostrado mais intensa neste ano devido à seca prolongada e às altas temperaturas registradas em 2024.

Embora o fenômeno faça parte do desenvolvimento natural do café, as condições climáticas têm exigido maior atenção dos produtores para minimizar perdas e preparar as plantas para os próximos ciclos.

A queda de chumbinhos ocorre entre 80 e 100 dias após a florada, geralmente entre dezembro e fevereiro, como forma de autorregulação da planta, eliminando frutos que não conseguem ser sustentados.

No entanto, fatores como desfolha e estresse hídrico intensificaram o processo neste ano.

De acordo com Marcelo Jordão, engenheiro agrônomo e pesquisador da Fundação Procafé, o cenário atual demanda atenção redobrada.

“Plantas que enfrentaram seca severa e altas temperaturas têm menor quantidade de folhas, o que reduz a fotossíntese e as reservas de carboidratos. Isso afeta diretamente a capacidade de sustentar os frutos”, explica.

Jordão também destaca que frutos maiores, provenientes das primeiras floradas, acabam se tornando drenos preferenciais de energia, ampliando a queda nos frutos mais novos.

Oportunidade para manejo preventivo

Embora o impacto sobre a safra de 2025 já seja sentido, especialistas apontam que o manejo adequado e ações preventivas podem garantir a recuperação das plantas e preparar o terreno para um próximo ciclo produtivo.

“É essencial que os produtores avaliem as condições das lavouras e ajustem o manejo de forma estratégica, pensando também na safra de 2026”, reforça Jordão.

O contexto atual reforça a necessidade de investimentos em práticas que promovam a resiliência das plantas, como o monitoramento contínuo e a adequação do manejo nutricional e hídrico.

Apesar dos desafios impostos pelas mudanças climáticas, o setor cafeeiro segue demonstrando sua capacidade de adaptação e superação.


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