Faça as contas e veja o que dá para comprar com um eventual prêmio da Mega da Virada

  • Joao Batista Freitas
  • Publicado em 8 de dezembro de 2021 às 21:30
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O ganhador da Mega da Virada poderia comprar 1.750 apartamentos de 50 metros em Franca, ao preço médio de R$ 200 mil

Você já pensou no que fazer com R$ 350 milhões? O prêmio da Mega-Sena da Virada deste ano parece ser capaz de fazer com que qualquer pessoa consiga se aposentar, independente da idade ou do estilo de vida.

Mas será que é assim mesmo? Ou a “gastança” tem limite mesmo com um montante deste tamanho?

O Valor Investe fez as contas do que o vencedor pode fazer com esse dinheiro e onde está este limite.

Carros

Com o prêmio da Mega da Virada, o vencedor é capaz de comprar não só um, mas 42 exemplares do carro mais caro do Brasil.

O automóvel em questão é o Lamborghini Aventador SVJ Roadster, que conta com um motor V12, com 770 cavalos, vai de 0 a 100 quilômetros por hora em 2,8 segundos e alcança 350 km/h de velocidade máxima. O preço? A bagatela de R$ 8,2 milhões.

Só é importante lembrar que, caso o vencedor da Mega opte por ter um desses na garagem, é preciso separar uma (boa) graninha para custos como IPVA e o seguro. Pois é. Se o seguro do Fiat Mobi (carro 0km mais barato do Brasil) já está pela hora da morte, imagina o de um Lamborghini.

Falando no Fiat Mobi, adivinhe quantos exemplares dele o vencedor da Mega da Virada poderia comprar? Nada mais, nada menos que 7.293 carros.

Embora o carro 0km mais barato do país custe quase R$ 50 mil (você não leu errado), o prêmio é tão alto que o vencedor poderia abrir uma locadora só de exemplares do Fiat Mobi.

O sonho da casa (ou mansão) própria

Segundo o FipeZap, um imóvel de 50m² em São Paulo custa, em média, R$ 465,6 mil. Já no Rio de Janeiro, esse valor cai para R$ 458,3 mil. Em Brasília, um imóvel com a mesma dimensão sairia por R$ 381,7 mil, em média. Essas são as três cidades com o metro quadrado mais caro do país.

Com o prêmio da Mega Sena, o comprador poderia ter 751 apartamentos em São Paulo, 763 no Rio e 916 em Brasília.

Caso ele optasse pelas capitais mais baratas, ele poderia ter 1.647 apartamentos de 50m² em Campo Grande, onde um imóvel do tipo custa em média R$ 212,5 mil; 1.750 apartamentos em Franca, onde cada um custa R$ 200 mil, em média.

Mas, convenhamos, o vencedor da Mega da Virada provavelmente iria querer algo mais luxuoso, certo?

Em dezembro do ano passado, o apartamento mais caro do Rio de Janeiro foi colocado à venda por “apenas” R$ 65 milhões. O imóvel de 3.900 m² tem quatro andares, piscina, jardim suspenso, sauna, spa, churrascaria e salão de jogos. A vista é voltada para o Pão de Açúcar.

Caso optasse por um desses, o vencedor da Mega da Virada não só poderia comprá-lo, como sobraria R$ 285 milhões para pagar o condomínio e o IPTU dos anos seguintes.

Dono do próprio negócio

Há quem diga que mesmo com tanto dinheiro assim, não se aposentaria. Muitos, no entanto, gostariam de passar de empregados para empregadores. Uma ideia, então, seria abrir uma franquia de alguma marca já consolidada.

Segundo a Associação Brasileira de Franchising, O Boticário é a maior franquia do Brasil, com mais de 3 mil unidades e 900 franqueados. O investimento a ser feito é de R$ 510 mil. Com o prêmio da Mega Sena, o vencedor poderia investir em 686 franquias da perfumaria.

O McDonald’s aparece na segunda colocação. O investimento, no entanto, é mais alto: de R$ 2,5 milhões a R$ 4,2 milhões. Mas isso não seria problema para o vencedor da Mega da Virada, que poderia abrir de 83 a 140 lojas da rede.

O terceiro lugar fica com a Cacau Show. A marca brasileira de chocolates finos exige um investimento bem mais em conta: de R$ 60 mil a R$ 200 mil. O vencedor da Mega poderia ter, portanto, de 1.750 a 5.833 lojas! É chocolate pra Tim Maia nenhum botar defeito!

Guarda-roupa luxuoso

Gastar parte do prêmio em um guarda-roupa luxuoso, com peças caríssimas, pode até parecer uma escolha pouco inteligente em um primeiro momento.

Porém, um relatório publicado pela consultoria Knight Frank, mostrou que as bolsas da Hermès, em especial os modelos Birkin e Kelly, registraram um crescimento de 13% no preço em 2019. Em julho do ano passado, um exemplar da Hermès Diamond Himalaya Birkin, criado em 2016, foi vendido por cerca de US$ 300 mil em um leilão on-line.

Segundo dados do relatório Art Market Research, as bolsas foram os artigos de luxo que mais se valorizaram nos últimos 10 anos, com 83% de alta nos preços.

As moedas antigas se valorizaram cerca de 20%, os livros de primeira edição, 40% e os relógios de luxo, 72%.

Caso o vencedor queira apostar nesse negócio, com o dólar a R$ 5,69, ele precisaria desembolsar R$ 1,7 milhão em um exemplar da tal Hermès Diamond Himalaya Birkin.

Mas com tanto dinheiro assim, ele poderia comprar 176 delas e abrir sua própria loja. O grande problema seria encontrar quem comprasse os itens (especialmente na crise atual do Brasil).


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